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domingo, 26 de fevereiro de 2012

PEDRO GENUÍNO - EX-MÚSICO DA PPFOM

Pedro Genuíno Tavares chamado carinhosamente de
Pedro Preto, o músico itapetinense da década 60/70,
cuja orquestra recebeu o nome de PPFOM,
em sua homenagem.

Festa no Colégio Municipal.
Da esquerda: Pedro Preto, Hamílton Ricardo e Carlos Rêgo (não me lembro do nome do outro rapaz)

VALE A PENA ESCUTAR, PARA MATAR AS SAUDADES!


Foto da PPFOM, pinçada do Orkut de Wanderley filho de Pedro Preto.
(Observe que, na foto, Pedro é identificado pela neta: Vô Pedro)

Pedro Preto, na juventude

Comunidade no orkut:

Criada pelo seu filho Wanderley,
que anuncia:
("Quem conheceu ou conhece, ou é ou foi amigo de Pedro Preto de Itapetim - PE, agora pode deixar aqui suas mensagens; sou filho dessa lenda de Itapetim, quem o conheceu pode deixar aqui suas histórias.")

Wanderley (Filho de Pedro)

Cínthia, neta de Pedro.

Citação dessa garota no seu orkut:

"Acaso? Ninguém conhece alguém por acaso. Nada nesta vida acontece por acaso.
O DESTINO DE CADA UM:
 Assim, tudo o que podemos pensar é que existe um destino, e que cada um encontra aquilo que é importante para si mesmo. Conhecer a alma significa conhecer o que as pessoas sentem, o que elas realmente desejam de nós, pois só assim é que poderemos tê-las por inteiro em nossa vida. A amizade é algo que importa muito na vida e sem esse vínculo nós não teremos harmonia nem paz. Precisamos de amigos para nos ensinar, nos alegrar e também para cumprirmos nossa maior missão: "Amar ao próximo como a si mesmo". Observe sua vida, comece a recordar todas as pessoas que já passaram por você e o que cada uma deixou. Você estará buscando a sua própria identidade, que foi sendo construída aos poucos,de momentos que aconteceram na sua vida,e que até hoje interferem em seu caminho. Quando sentir que alguém não lhe agrada, dê uma segunda chance de conhecê-lo melhor,você poderá ter muitas surpresas cedendo mais uma oportunidade..."

Pedro, aos 73 anos.

Eu conheço Pedro Preto de Itapetim: respondo ao seu filho que criou uma comunidade no orkut. Eu recordo as pessoas que passaram pela minha vida e guardo com muito amor no coração o que delas recebi: respondendo a neta do amigo Pedro.
Pedro não só foi o músico que alegrou a nossa juventude, ele foi um profissional competente, aprendeu com seu Nezinho Malta (in memoriam), um comerciante da minha terra, a arte de fazer roupas masculinas. Era seu Nezinho Malta o alfaiate que vestia os homens mais elegantes de Itapetim, em épocas remotas. Calças do linho ao brim, ternos completos em linho diagonal e tropical inglês eram confeccionados por ele e pelo seus discípulos: Pedro e Tota,  funcionários da Alfaiataria Malta.

Seu Nezinho Malta (in memoriam)

Tota (in memoriam)

Se você é de Itapetim, entre no meu orkut e se associe a comunidade "Pedro Preto" e prestigie esse cidadão que hoje reside fora da nossa cidade, está com 73 anos, e deixou em nossa terra rastros de um cidadão íntegro, um eco dos seus acordes na  PPFOM, e um exemplo de profissional competente.

Obs: Espero que ao identificar Pedro Genuíno como "Pedro Preto", não me venham acusar de racismo, pois a família do próprio Pedro assim o chama. "Pedro Preto" é nome que há muito está guardado carinhosamente nos corações dos itapetineneses que com ele conviveram.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

ITAPETIM, HOJE, CIDADE SEM CARNAVAL!


Carnaval de 1968 - Salão Grande do Padre João Leite
Lusa e Carlos com os saudosos amigos: Dona Ivanira de Barros Leal
 e Dr. Clístenes Péricles Leal (in memóriam)
Dr. Clístenes foi o primeiro médico que residiu em Itapetim.  Na quarta-feira daquele carnaval de 1968 foi acometido de uma trombose na carótida esquerda, tendo sido removido para a capital do estado, Recife, veio a falecer poucos dias depois. Dona Ivanira, sua esposa, foi Diretora do Grupo escolar D. José Lopes e do Colégio Tereza Torres, faleceu muitos anos após a morte do seu esposo Dr. Clístenes.
Dedico-lhes a postagem de hoje.

Escute isso!


 Bandeira branca (Dalva de Oliveira)

Gente, eu sou do tempo em que na minha terra natal se brincava o carnaval. Eu sou do tempo em que  as famílias itapetinenses tinham um espaço físico muito precário para os festejos momescos.
Era no salão paroquial, o famoso Salão do Padre, onde aconteciam todos os eventos da sociedade itapetinense, digamos que funcionava como um "Centro de Convenções". Era lá que o Bispo da Diocese fazia as conferências; que o Juiz dava a sentença a algum réu que era levado a juri popular; que as escolas apresentavam suas peças teatrais, que películas cinematográficas eram exibidas - quando alguém trazia de fora toda a parafernália necessária para o salão se transformar em cinema e, na falta das cadeiras, levávamos os tamboretes na cabeça, enfim, era o local onde a sociedade se reunia.

Não era um espaço somente desprovido de luxo, nós não tínhamos sequer um banheiro onde pudéssemos satisfazer as nossas necessidade fisiológicas, as famílias da vizinhança nos disponibilizavam os de suas casas. A decoração, quase sempre, era feita de palha de coqueiro e papel crepom. As mesas eram de tamanho e forma variados, umas pequenas, outras compridas, umas tantas redondas, outras quadradas, mas o importante era que, apesar do prejuízo visual, as famílias que acompanhavam os jovens, naquelas noites carnavalescas, ficavam acomodadas. Quando não eram os pais, eram os tios ou os amigos mais íntimos, aqueles da plena confiança dos pais, eles acompanhavam os jovens e se responsabilizavam pelas suas integridades: física e moral.

Muitos bailes carnavalescos ainda foram realizados no tempo em que não tínhamos energia elétrica da CHESF, nos valíamos da boa vontade dos prefeitos da época, para que permitissem que o gerador da cidade funcionasse até a madrugada, pois no cotidiano a luz apagava as dez horas em ponto. Nesse sentido, na gestão do meu pai, não foram poucas as contrariedades dos jovens, pois ele não gostava de carnaval, e relutava em oferecer condições para que esse tivesse êxito, o que considero, ainda hoje, uma das suas falhas como administrador público, embora saiba que, como católico, trazia consigo o conceito daquela festa pagã, e sempre dizia que se carnaval prestasse para alguma coisa não necessitávamos de tomar "cinzas" na quarta-feira para nos redimirmos dos pecados cometidos.

A orquestra era prata da casa, seus componentes eram uns abnegados que tocavam mais por prazer do que por dinheiro, foi batizada carinhosamente de PPFOM em homenagem a um deles que se chama Pedro Preto.


Ao centro: Negorás
Iniciando pela esquerda: Zé de Caboclo, Zezé de Pedrinho Pereira, Carlos Malta, João Bom, Dão de Sebastião Senhor, Chico Cândido, Pedro Preto, Zé Vieira e Valdir de Zé Gongô.

Carnaval 1971 - Salão Grande do Padre João Leite

Iniciando pela esquerda: Lusa e Carlos, Socorro de Miminha, Ivonete Herculano e Leta Piancó.
Sentadas: Lila Piancó, uma amiga visitante (não lembro o nome), Ritinha do Padre (in memoriam), Dona Julinha Soares, Adalgisa Ricardo e Socorro Bitu.

Carnaval - Linda Morena



Talvez o que procurei na minha terra não tenha sido o carnaval em si, a folia propriamente dita, mas o sentimento grupal que desapareceu, aquela sociedade de outrora que construímos em bases sólidas de uma amizade sincera. O que está faltando na minha terra, durante o carnaval, causa-me um grande desconforto, uma enorme saudade e uma extrema preocupação.
As crianças estão privadas daquelas manifestações improvisadas: homens que se cobriam com lençóis brancos, usavam máscaras, punham chifres, rabos postiços, e saiam às ruas pedindo dinheiro para o carnaval. Causavam uma espécie de medo, mas traziam uma mensagem importante: Chegou o Carnaval e vamos ter matiné no Salão Grande do Padre. As mães, as tias, as costureiras, todas elaboravam as fantasias para a apresentação daquelas crianças. A PPFOM acompanhava o bloco infantil e, à noite , animava o baile dos adultos.

Hoje, o que vejo por lá são crianças desoladas, acompanhando adultos pelos bares, onde a única diversão é beber cachaça, outras, ficam paradas diante da televisão, muitas delas sem entender o significado daquela folia. 


Fátima Piancó no carnaval de outrora (Produção de Dolores Piancó)

Carnaval no Salão Grande do Padre João

Da esquerda: Ritinha do Padre (in memoriam), Ivonete Herculano, Lila Piancó, Socorro de Miminha, Leta Piancó e Valdívia Soares. 

Emilinha Borba - Chiquita Bacana



Ao ouvir essa música, eu não posso deixar de me lembrar da figura exigente do meu saudoso pai.
 Certo dia, ao ouvir atentamente a letra dessa composição, ele nos proibiu de cantá-la, considerava uma afronta a moral e aos bons costumes, rssss.


Carnaval 1968 - Praça São Pedro (atual Praça Cônego João Leite)
Da esquerda: Leta e Gilberto Leal, Carlos e Lusa, Dão Piancó, Lila, Heráclio e Penha.
Essa foto tem significado especial para mim, foi o dia em comecei a namorar com o homem que ainda hoje é o meu marido.

Carnaval 1969, com o nosso amigo Evaldo Costa


Marchinhas de Carnaval - Vem Cá seu Guarda, Mulata Bossa Nova, Vai com Jeito Vai, Chiquita Bacana

Carnaval de 1971 - Salão Grande do Padre João Leite
Da esquerda: Lila Piancó, Dão Piancó, Ivonete Herculano, Fátima Piancó, Carlos Rêgo Vilar e Lusa


Carnaval 2000 - Bairro do Recife Antigo
Da esquerda: Aninha Borges, Bernadete e Zé Humberto Passos; Leninha e Raimundo Santo, Nevinha de Zé Dentista; Carlos e Lusa.

Certamente não foi a falta da folia que me trouxe tanta tristeza nesse carnaval que passei na minha terra,  foi muito mais a saudade dos velhos amigos que desfrutaram comigo das alegrias dos velhos carnavais itapetinenses, numa época em que não existia a violência bestial em que estamos vivendo atualmente. Desconhecíamos a droga, a imoralidade, e quando alguém se excedia na bebida era levado em casa para tomar um banho e dormir, no dia seguinte não se tinha nehum registro de que aquele cidadão havia ultrapassado os limites da boa conduta.

Talvez hoje, as pessoas da minha terra dão preferência a ganhar as praias do litoral pernambucano - as que têm um bom poder aquisitivo, que são poucas - o poder público municipal se esquive de organizar um carnaval para o seu povo, por falta de medidas preventivas para que reine paz durante a semana carnavalesca. Hoje a lei seca, que funciona em outros municípios, em Itapetim é ignorada, qualquer pessoa dirige embriagada sem ser abordada por nenhuma autoridade. 

O policiamento é fraco e desprovido de condições para enfrentar bandidos que se infiltram nas brincadeiras do cidadão de bem. O avanço que tivemos restringe-se a condição dos espaços físicos, temos clubes, belas praças de uma arquitetura invejável, mas nos faltam as condições para enfrentarmos os elementos perturbadores da ordem. 

Falta também, não resta dúvida, o resgate das bandas que tivemos nos tempos de antigamente desde o maestro Zé Gongô até a PPFOM, pois além de sermos o berço imortal da poesia somos um celeiro de músicos que não recebem apoio para desenvolver suas habilidades. Se tivéssemos feito algum esforço nesse sentido, Itapetim hoje poderia ter uma grande orquestra.

Bandinha de Zé Gongô, nos tempos das Umburanas (atente para a torre da Igreja Matriz de São Pedro das Lajes, cuja construção ainda estava no primeiro pavimento)

Se não podemos mais ter carnaval para os adultos, não deixemos que as nossas crianças desconheçam o lado bom desse período, façamos um esforço para promover tão bela manifestação da cultura brasileira, é um apelo que faço ao próximo prefeito do município, que ele faça acontecer através da Secretaria de Cultura, pelo menos, o carnaval infantil.

Finalmente, deixo aqui um vídeo que encontrei no YouTube, onde ouviremos o discurso da Prefeita de Sertânia, Senhora Cleide, que nos mostra as razões pelas quais uma cidade não pode passar sem carnaval. Parabéns, Prefeita, belo discurso!


" Quando a gente investe no carnaval, investe nos blocos, a gente investe também no desenvolvimento econômico  de nossa cidade, porque o comércio informal, o empreendedor individual, as minis e pequenas empresas, elas também estão ganhando, por isso que a gente faz as festas” (Prefeita Cleide em seu Discurso)

O que está faltando na nossa terra para resgatarmos os carnavais de outrora é vontade política, aliada a uma total apatia da sociedade local. 
Vamos gente, coragem! Vamos tentar resgatar o que tão bem fizemos no passado, ainda é tempo!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Zé SANTOS - NO BLOG DE MARTINHO ALVES




A última postagem que fiz neste blog foi em homenagem ao ex-Prefeito da minha terra, o Sr. José Francisco dos Santos, quando publiquei o poema "Sou Eu" de sua autoria. Vários comentários foram feitos cumprimentando o poeta pelo seu belo e expressivo  poema. 
Foi com muita alegria, também,  que recebi o comentário, de um dos seguidores deste blog, o ilustre   Historiador, Professor, Especialista em História do Nordeste/UEPB/Campina Grande-PB, ex-Professor de História Antiga da Paraíba/UEPB/Guarabira, Escritor, Cronista, ex-Sec. de Cultura e Turismo/Guarabira, ex-Gerente da 2ª Região de Ensino/Gov. Estado, cujo conteúdo transcrevo abaixo:
"Admiro-a pelo amor devotado aos familiares e às coisas e gente do seu torrão natal.Reproduzo no meu blog a poesia de José Francisco dos Santos, segundo minha sogra e outras pessoas de Itapetim um homem probo e honesto, que não fez da política um meio indecente de vida.No meu entender o seu esposo merece muito uma oportunidade em Itapetim. Gostaria de vê-lo atuando na prefeitura.Um abraço, senhora."20 de fevereiro de 2012 09:31
E foi com uma alegria maior ainda que, ao acessar o seu blog " "Cidades: História e Cotidiano", vi a reprodução da minha homenagem a seu Zé Santos reproduzida com palavras de reconhecimento e carinho:
"Como não ser apaixonado por coisas e pessoas da terra que a gente aprendeu a amar graças à educação que os pais nos deram?Há um blog que me chama muito a atenção por isso mesmo, o da senhora Lusa Vilar, pernambucana de Itapetim, que anuncia ao mundo todo o seu amor pelos familiares e berço natal, sem nada exigir em troca. Poderia simplesmente estar gozando do carinho e apenas isso, da família e do esposo, na bela cidade do Recife... Talvez na sua vida não haja um dia ou instantinho só, que não reverencie sua gente, sua terra e seus familiares.Do seu Blog reproduzo atrevidamente, sem lhe ter solicitado permissão, o belo poema de um homem do povo que foi prefeito e vereador em Itapetim, bela terra do Pajeú pernambucano, senhor Zé Santos, que não fez da política um escuso meio de vida que o tivesse levado ao enriquecimento. Da farmácia de João dos Passos, meu amigo, vi esse exemplo de homem público passar algumas vezes pela praça principal da cidade, e guardei a sua imagem pela fibra e caráter de um grande homem. Conheçamos a sua alma de poeta, riqueza que Deus lhe deu, além da humildade..."
Obrigada, Professor Martinho, encontro-me na minha cidade natal, vou ter o prazer de levar suas palavras, seu gesto, suas apreciações sobre esta grande figura pública de nossa terra, bem como seus elogios pertinentes ao belo poema que escreveu seu Zé Santos. O poema de seu Zé Santos, de certa maneira, anuncia ao mundo a sua imortalidade, quando conclui sua poesia dizendo: "... essa sombra é mesmo eu" , nos dá a garantia de que um poeta não morre. Além do mais foi um grande homem público, sério, honesto, humano e caridoso, que prestou relevantes serviços a nossa terra e por esse motivo também se imortalizará. Quando um dia não mais estiver entre nós, será lembrado pelos seus feitos, pela sua brilhante trajetória de vida. 
Obrigada, Professor!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

ZÉ SANTOS - PATRIMÔNIO VIVO DE ITAPETIM

SOU EU
Se eu tivesse a memória como eu tinha
Eu deixava num canto reservado
Um livrinho dizendo o meu estado
Que parece com o sol à tardezinha

Me lembrei de um certo quarto e da cozinha
Até meu travesseiro foi mudado
Ao pensar tudo isto estou cansado
E Maria, coitada, está sozinha

A distância me mata de saudade
Visitá-la, meu Deus, tanta vontade!
Visitá-la, meu Deus, que coisa bela!
Será que essa dor muda de rumo?
Vou pensar como é que eu me acostumo
Porque sofrer entre nós dois é eu e ela!

Afinal eu cheguei onde eu estou
Submisso, coitado, e sem prazer
Procurando um caminho de viver
Perguntei a mim mesmo: Pra onde vou?
Até parece um decreto que deixou
E no silêncio da vida vai dizer
Quando um dia alguém aparecer
E as lembranças de tudo ja passou!

E assim vai passando lentamente
O prazer de amar é diferente
O meu mundo, meu caro, já morreu
Se alguém se lembrar o que eu já fiz
Um retrato  guardado ainda diz
Essa sombra oculta é mesmo EU.


O poeta José Francisco do Santos foi vereador e prefeito eleito por duas vezes. Filho do primeiro prefeito nomeado do município de Itapetim-PE, Sr. Francisco Santos.