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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

FELIZ ANO NOVO!

Imagem Internet

Ao me deparar com essa imgem na Internet, imediatamente eu fui buscar uma outra que sempre me casou profunda emoção:


Parecem tão diferentes, mas na verdade são absolutamente iguais. Representam o mesmo gesto de caridade.
É assim que Jesus faz conosco, quando estamos cansados e desesperados. Foi assim que fez o pobre homem, acostumado a ser carregado pelo burrinho, quando o viu cansado, velho e doente, acomodou-o na carroça e, com esse lindo gesto de gratidão, retribuiu o que ele foi capaz de lhe dar nos tempos em que tinha saúde e coragem para trabalhar.

Diante dessa cena que tanto me comoveu, posto para todos os meus amigos e familiares essa mensagem que recebi por e-mail, pedindo a Jesus Cristo que, no ano que se aproxima, ajude-nos a ser mais humanos, mais humildes, mais gratos e reconhecidos por tudo que a vida nos oferece!

FELIZ ANO NOVO!

MINHA_ORACAO_NO_FINAL_DO_ANO_SOM


Obs: E-mail enviado pelo meu amigo e cunhado Geraldo Rêgo

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

MORRE A PROFESSORA MADÁ PATRIOTA, EX-PRIMEIRA DAMA DE ITAPETIM

Grupo Escolar D. José Lopes, Professora Maria Madalena Guedes Patriota
Década de 1950
Eu gosto de reviver o passado. Eu gosto de deixar para meus netos como foi viver numa vilazinha do interior chamada Umburanas, lá no meu Sertão do Pajeú, no tempo em que só tínhamos acesso à escola aos sete anos de idade. Antes disso, tudo que sabíamos era através da oralidade dos nossos pais e avós, não tínhamos televisão, não dispúnhamos de jornais ou revistas, a cominicação com o mundo se restringia à escuta de um velho rádio que, na falta da energia elétrica, era alimentado por uma bateria.
Bernadete (Beta), minha irmã,  é mais velha do que eu quase três anos. Ela já freqüentava a escola desde 1954, ano em que eu tinha apenas 5 anos de idade.

Ao vê-la sair de casa, vestida de azul e branco, carregando uma bolsa de livros, rumo à escola, eu não me conformava com aquela situação. Eu chorava todas as vezes que a via saindo para o Grupo Escolar D. José Lopes, que por sinal ficava defronte a nossa casa. Uma das professoras era Dona Madá, a tão temida Dona Madá, pela sua exigência ao cumprimento do dever, à assiduidade, à tarefa feita com zelo, ao comportamento exemplar e ao aprendizado propriamente dito, daquilo que ensinava com tanta competência.

Sentindo-me injustiçada, convenci meus pais a comprarem para mim um uniforme escolar e os mesmos livros que compraram para minha irmã no início daquele ano letivo de 1956.

Naquele ano eu tinha apenas seis anos de idade,  por isso não tinha ainda o direito de matricular-me. Mas de tanto fazer confusão na hora da saída da minha irmã mais velha para a escola, meus pais resolveram atender aos meus apelos.

E assim, naquele memorável dia de volta às aulas, entre os veteranos, eu estreava o meu uniforme novo e saía de casa, segurando a mão do meu pai, em direção à escola, juntamente com minha irmã que já estava devidamente matriculada. Agora, sim, eu era igual a minha irmã, pensava comigo mesma: "Já sou grande, não sou mais aquela menina pequena que minha irmã esnobava quando se vestia para ir à escola".

Lourinha, de olhos verdes, vestida de azul e branco, carregando uma bolsa cheia de livros, não cabia em mim tanta alegria e emoção.



Ao chegarmos no Grupo Escolar D. José Lopes, meu pai se dirigiu a Dona Madá, a professora da minha irmã,  para explicar a minha presença e, encarecidamente, pedir-lhe que me deixasse permanecer na sua sala de aula, independentemente de ter sido matriculada naquela instituição.

Um pouco receiosa - com certeza temendo que eu pudesse perturbar as suas aulas - aceitar-me-ia, mas com uma condição: se o meu comportamento não fosse condizente com as normas da casa, ela me devolveria sem pestanejar. Ao que meu pai, de pronto, concordou com ela.

Eu era uma garota muito sapeca, mas não ousava desafiar as ordens dadas, pois sabia que se isso acontecesse teria que enfrentar os meus pais, e a volta da minha casa era muito dura quando eles tinham conhecimento de que teríamos faltado com os nossos deveres e obrigações, o castigo era por demais severo.

E foi assim que recebi os meus primeiros conhecimentos advindos dos bancos escolares de uma escola estadual, antes já havia estudado nas escolas paroquiais e particulares, mas sem uniforme, na companhia de poucos garotos e garotas da minha época, em nível de alfabetização.

Agora era diferente, eu era uma estudante de verdade. Eu era colega e contemporânea de todos aqueles meninos e meninas que faziam parte da infância da minha terra, naquela época.

Lá estavam, Juca de Seu Sebastião Senhor, Nevinha de Zé Dentista, Gracinha e Edileide Patriota (sobrinhas de Dona Madá), Leninha de Seu Miguel Costa, Eduardo de Dona Joaquina, Hamilton de Seu João Ricardo, Paulo Roberto Gonçalves Lopes (sobrinho do Padre João), Luíz de Dona Carminha, José Carlos Malta, Raimundo de Seu Zé Santos, Carlos de Seu Zé Rêgo (hoje, meu marido) e tantos outros queridos e queridas amigas. Uns mais tarde, outros mais cedo, foram alunos do D. José Lopes na década de 1950, tendo a maioria deles passado pelas mãos da professora Dona Madá.

Dona Madá era irmã da professora Dona Otacília (in memoriam) que, semelhante a ela, também foi responsável pela educação de inúmeras crianças da minha terra,  naquela época.

Era irmã também dos renomados poetas, conhecidos como os irmãos Batista, Dimas, Lourival e Otacílio (in memoriam).

Lourival Batista (acompanhado de sua esposa Helena Marinho
 e o poeta Jó Patritota (in memoriam)

Otacílio e Dimas

Lourival Batista (Louro do Pajeú)

Otacílio Batista (ao centro)


Otacílio e Dimas

Dona Madá foi casada com o Ex-Prefeito de Itapetim, Simão Leite Ferreira (in memoriam).

2º prefeito eleito de Itapetim (1959-1962)

Seu Simão era um comerciante abastado. Proprietário de uma das maiores lojas de tecidos da cidade. Residiu com Dona Madá numa casa grande de 1º andar, vizinho à sua loja, onde nasceram os filhos:
Sheila (bancária aposentada do Banco do Brasil), Charles (também bancário do BB, já falecido), Shirley (promotora e justiça) e Chárliton  (poeta, professor e autor do livro  “Casebres, Castelos e Catedrais”).


Maria das Graças Patriota, Gracinha de Dona Otacília, como a chamávamos, era a sobrinha predileta de Dona Madá. Foi também a minha colega de curso primário, e a minha melhor amiga. Era neste primeiro andar que ficava o quarto que a sua tia querida, "Dadá", reservou para ela. Minha presença por ali, naquela época, era uma constante, dado esses fortes laços de amizade que nós construimos na infância e na adolescência. 

Seu Simão foi o dono do famoso caminhão, que ficou conhecido como "O Jangadeiro", do qual guardamos saudosa lembrança.


E foram essas lembranças maravilhosas, de um tempo tão saudável, de amizades tão sinceras e desprovidas de interesses, onde víviamos quase como irmãos, que me fizeram ficar muito triste quando li no Blog do Jornalista Inaldo Sampaio:


"Morreu no Hospital Esperança, no Recife, nesta segunda-feira, vítima do mal de Alzheimer, Maria Madalena Patriota Leite, popularmente conhecida como “Madá”.
Ela tinha 83 anos de idade, era natural de Itapetim e era a única irmã viva da famosa trindade de violeiros – Dimas, Lourival e Otacílio Batista.
Madalena Patriota era professora aposentada e viúva de Simão Leite, 2º prefeito eleito de Itapetim (1959-1962). O prefeito Adelmo Moura (PSB) decretou luto oficial por três dias.
Ela era mãe de quatro filhos: Sheila (bancária aposentada do Banco do Brasil), Charles (também bancário do BB, já falecido), Shirley (promotora e justiça) e Chárliton (poeta, professor e autor do livro “Casebres, Castelos e Catedrais”).
O corpo será velado em São José do Egito e o sepultamento está previsto para a manhã desta terça-feira no cemitério Campo da Saudade."

Posto aqui este vídeo, de onde extraí a sua foto, para lembrar sua fisionomia, eternizando-a  na memória da posteridade e, no coração daqueles que, como eu, tanto receberam da amada e saudosa mestra. Que Deus a receba na eternidade, permitindo-lhe a graça da salvação.



segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

MEU MENINO JESUS, AJUDA-ME A ENTENDER A FESTA DE NATAL!






O ROSTO DA FOME


Que vergonha,
O rosto da fome
Tem olhos de criança,
Pele macia e mãos pequeninas,
E traja o presente
Com a cor da esperança
Que os seus olhos vestem dia-após-dia.
Esquecido e calado, vagueia à deriva,
Pela sorte enferma que lhe chora a vida.
Nas mãos, um punhado de restos
Tão mudo e tão mouco…
E o que sobra e que fica
É uma sombra oriunda
Da cegueira de todos!


Que vergonha,
O rosto da fome
Tem olhos de criança!

Ana Martins
Acesse o link:
 (Ave sem asas )

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

NO RASTRO DE LUA - 100 ANOS DE GONZAGÃO

1980 - Carlos do Rêgo Vilar e Carlos Leonardo (Leo)
Restaurante "O Laçador" Recife-PE


O dia em que meu filho conheceu o Rei do Baião, Luiz Gonzaga.

Naquele dia meu marido chegava em casa com os ingressos para um jantar no restaurante "O Laçador" que seria abrilhantado com a presença de Luiz Gonzaga. Lembro-me de que vesti meu filho, que iria fazer companhia ao pai, com muita tristeza por saber da impossibilidade de também acompanhá-los, pois o meu segundo filho, Carlos Eduardo (Dudu), era um recém nascido e eu não teria com quem deixá-lo.

Leo ainda não tinha tido a oportunidade de conhecer o nosso Rei do Baião, de quem tanto falava o seu avô, mas já cantarolava suas músicas, já estava acostumado a ir para o sertão de Pernambuco,  para participar das festas juninas, principalmente da Festa de São Pedro, o Padroeiro da nossa terra natal, Itapetim.

Feliz idéia do meu menino, ao subir ao palco registrou seu encontro com o velho Lua!

Ontem, ao abrir o Jornal do Comércio, tive a alegria de ler um especial intitulado NO RASTRO DE LUA - 100 ANOS DE GONZAGÃO, uma homenagem pelos seus 99 anos. Esse caderno especial é o primeiro dos quatro que serão publicados para reverenciar o Rei do Baião.

Diz o Jornal: " O objetivo não é explicar o fenômeno da longevidade da influência de Gonzagão: pretende observar os desdobramentos diversos do imenso legado do artista, em Pernambuco, no Brasil, e no Exterior, onde o Baião, sem apelações ao ufanismo, foi mais influente do que se imagina. Parabéns, pois, para Seu Luiz, o homem que não foi apenas o cantador de uma região, mas de todo povo brasileiro."




" Até os 18 anos eu fiquei ali acompanhando meu pai na roça e nos forrós. Aonde ele ia, eu ia pra ajudar o velho, até que eu arribei.
Caí, entrei no oco do mundo, até hoje."

Luiz Gonzaga (O Pasquim, 1971)


Dedico esta postagem ao meu pai Antônio Piancó (in memoriam), pela sua paixão por tudo que o Rei gravava, ao meu marido e ao meu filho Leo, que me trouxeram do show realizado no Restaurante "O Laçador"  essas duas fotos marivolhosas.


Acompanhe a trajetória de vida do Rei do Baião através dos 4 Cadernos Especiais do Jornal do Comércio.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

MORRE EX-PRIMEIRA DAMA DE ITAPETIM


Ao Ex-Prefeito José Francisco dos Santos, nosso velho amigo da família, nosso abraço fraterno nesta hora difícil em que se despede de sua companheira. Aos filhos, netos, bisnetos, parentes e amigos nossa solidariedade. À nossa amiga, Dona Maria, nossas orações. Que Nossa Senhora, Maria Mãe de Deus, a receba na eternidade, apresentado-a ao Senhor como uma filha que cumpriu sua missão de esposa fiel e dedicada, mãe e avó amorosa.


E na certeza de que a morte não existe, sei que estará sempre em vigília perene, pela saúde e bem estar daquele que escolheu como eterno companheiro, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, em todos os momentos de sua vida.


Maria Bethânia-Cânticos Preces Súplicas-07-Feitio de Oração



Fotos extraídas de vídeo produzido por Bernardo Ferreira, itapetim.net, poetas e declamadores)

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

SOU DE PERNAMBUCO, SOU DE ITAPETIM

Linda Simões

 LEÃO DO NORTE




Sou de Pernambuco, sou de Itapetim
Sou da terra "onde o mar se arrebenta"
Num vai e vem sem fim.
Sou da terra onde os poetas
Cantam de amores à Açores
Numa construção sem igual
Pois quem nasce aqui ou na capital
Traz do berço um arsenal
De poemas e rimas
Etc, coisa e tal.

Sou de Pernambuco das Batalhas,
Insurreição,Revolução
Confederação e Presidência
Sou de Pernambuco das Artes
Com Vicente do Rego Monteiro e Cícero Dias
Também o meu Pernambuco
Preserva a cultura popular
Com Frevo, Maracatu e Baião
Tem rojão no São João
Mangue Beat, Rock, Pop, Rap e Funk
Pra toda gente agradar
Afinal quem foi que disse
Que não podemos inovar?

Sou de Pernambuco, sou forte
E levo o meu archote
para onde precisar...

Linda Simões

Um abraço

Esse foi o comentário da poetisa e pedagoga Linda Simões, a postagem anterior "Sou de Pernambuco". Muito obrigada, conterrânea, é muita honra privar da amizade de tão ilustre poetisa! Beijos.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

sábado, 5 de novembro de 2011

A ARTE DE FAZER AMIGOS



PowerPoint formatado por Rosinha e enviado por e-mail

"Considero perdido cada dia no qual não travo um novo conhecimento"
(Samuel Jhonson)

Logo que cheguei da minha viagem à Europa,  recebi um e-mail da minha amiga Rosinha cujo anexo era um arquivo em PowerPoint agradecendo a nossa visita e comemorando a consolidação da nossa amizade.

Foi maravilhoso poder ter estado com vocês, Rosinha e Paulo, muito obrigada por todas as atenções que nos foram dispensadas, muito obrigada por essa demonstração de carinho.

Esperamos ansiosos que venham conhecer o nosso Brasil, garanto-lhes que vão gostar, pois nosso país é lindo!




domingo, 30 de outubro de 2011

BARTIRA, LINDA, LINDA, LINDA, A SUA MENSAGEM!

Especialmente para Bartira Goveia de Amorim
Filha de um dos maiores poetas da minha terra:
Pedro Amorim (in memoriam)


Eu costumo terminar minhas postagens neste blog com o refrão da consagrada música do nosso Rei Roberto Carlos. Mas hoje estou por demais feliz com o comentário postado no "Raízes" pela minha amiga Bartira, por isso ao invés de fechar o texto, como de costume, eu preciso dizer logo de início: 

"Tem coisas que a gente não tira do coração" e a nossa mizade com Bartira e Eriberto, seu esposo, é uma delas.
Nos encontros de amigos dos quais participamos, na minha terra natal, contar com a presença desse casal, que sempre nos devotou amizade, simpatia e bem querer, somos agraciados  por uma espécie de  aura que nos envolve de alegria e prazer.
Bartira e Eriberto têm a capacidade de espantar tristezas, distribuem gratuitamente afetos que nos fazem sentir o quanto a nossa presença é desejada. E nada mais gratificante do que se sentir amado, desejado, querido em rodas de amigos. Os comentários retrospectivos à nossa juventude, referenetes aos tempos de namoro e noivado, asseguram-nos, mais uma vez, de que "tem coisas que a gente não tira do coração". Dá-nos a impressão de que o Rei não deixou escapar nenhum detalhe da vida que desfrutamos nessa cidade em que nascemos, onde construimos tantos amigos, que para nós são verdadeiros irmãos.
Você fala no seu comentário que, infelizmente, não herdou as rimas do seu pai, o grande Pedro Amorim, mas com certeza herdou a sensibilidade do poeta, assim eu pude captar no seu texto.
E eu na condição de, também, filha de poeta (não tão grande como seu pai), mas poeta, herdei dele a emoção de construir amigos, de me sentir feliz em meio deles e de ser profundamente grata aos que ofertam amizade sincera.

Quando meu pai faleceu eu recebi a visita de Seu Pedro, juntos choramos, lamentamos, nos abraçamos e eu pude sentir o quanto ele amava meu saudoso pai e, sem querer ser repetitiva, me obrigo a dizer novamente:

 "Tem coisas que a gente não tira do coração". 

A visita de Seu Pedro à minha casa, naquele dia de tão lamentável perda para todos nós, será lembrança eterna na minha memória e no meu coração.

Queria saber fazer um poema para ele, alíás, acho até que já o fiz, mas jamais saberei passá-lo para o papel ou declamá-lo. Creio ser esse  o maior inferno das almas poéticas: carregar na alma uma avalanche de sentimentos que sufocam o peito sem ter a capacidade de abortar um verso sequer.
Por essa incapacidade, transcrevo para ele uma homenagem que lhe fez o poeta Felipe Júnior, por ocasião do seu falecimento, fazendo minhas as suas palavras:


" Nosso Pedro Amorim fez sua parte
Nos mostrando que verso e solidão
São dois casos que têm o seu aparte
Pra quem ama demais o seu torrão.

Nessa parte o poeta é quem reparte
Através da viola, voz e mão
Levantando a bandeira, o estandarte,
Das belezas sagradas do sertão.

Desejando encontrar-se com um colega,
Vem a morte... Amorim logo se entrega
Já querendo ver Jó, Louro e Xudu.
Zé Catota, sorrindo então completa,
Foi dizendo a Amorim: “Pronto, poeta!
Hoje o céu que tornou-se o Pajeú!"

Felipe Junior


Se no encontro dos poetas, lá na eternidade, o céu se tornou o Pajeú, conforme escreveu Felipe Júnior, hoje com o teu comentário no "Raízes", a capital do estado (onde resido), para quem carrega no peito um "coração tão sertanejo" como eu, sente-se obrigada a evocar outro grande poeta nosso, Maciel Melo, para acudir com sua canção as saudadaes que sinto da terra onde nasci e da minha gente que nunca esquecerei.

Enfim, agradecendo sua atenção, suas palavras de carinho e incentivo, transcrevo seu comentário e sinto nas entrelinhas que não lhes escaparam as "bravuras de Eriberto", rsss
"Lusa,

 Gostaria de ter herdado de meu pai também a sua sapiência poética para externar tudo o que sinto ao visitar seu blog. Você ora nos oportuniza a viajar no tempo, por vezes perdendo a razão... Ora nos faz refletir sobre nossos valores e até situações, e mesmo objetos, que muitas vezes – talvez pelo nosso corre-corre, nos sejam imperceptíveis.

A sua atitude é de uma inteligência invejável! Parabéns!

Sua forma brilhante de se expressar representa para mim um referencial e, às vezes, um elixir, sem contar com a questão de você e Carlos me proporcionarem recordar fatos que marcaram a minha vida, que me trazem à baila literalmente: “ela nem olhou pra mim”...

São tantas as coisas que me completam ao clicar no seu blog, no entanto, as citações que trazem Roberto Carlos exigem especial atenção. Em sendo assim, que tal refletirmos ou até ouvirmos a música: “tem coisas que a gente não tira do coração”. Que, como você diz, segundo Eriberto, é linda! Linda, linda, linda!

Um forte abraço.


Bartira Amorim."
Como você mesma disse, vamos sim, vamos ouvir mais esta canção, vamos fazer dela um hino de louvor à nossa amizade, tão arraigada nos velhos troncos das nossas raízes pajeuzeiras e nordestinas, especialmente itapetinenses.

Beijos!

domingo, 9 de outubro de 2011

DHOTTA LAMENTA A VIDA E A MORTE DO SEU TIO GERALDO

Geraldo da Penha (in memoriam)

DE LUSA PIANCÓ VILAR
PARA O AMIGO GERALDO DA PENHA 

Você viveu na minha história, você fez parte da minha infância, da minha adolescência, você viveu na mesma rua em que eu vivi, lá na Major Claúdio Leite, na nossa cidade natal, Itapetim. Todos os dias em que eu passei na sua calçada, no seu jeito introvertido de ser, você me deu amizade, você me tratou com respeito e consideração.
Há poucos meses atrás tivemos nossas duas últimas oportunidades de reencontro. Na primeira delas você estava debruçado sobre o corrimão da escada da sua casa e eu passava para uma visita ao meu irmão, que também mora na mesma rua em que você morou toda sua vida. Conversamos sobre o Sítio Penha, e você me falava o quanto gostava de estar por lá, mas que infelizmente era forçado a vir dormir na cidade porque sentia medo de ficar à noite devido a violência, aos assaltos que já haviam chegado até a zona rural.
Na segunda oportunidade você estava almoçando no retaurante do meu irmão, lá onde outrora funcionou a velha fábrica de doces do meu saudoso pai. Cumprimentamo-nos com a mesma receptividade de sempre.
Ao terminar seu almoço você me deu até logo e se foi. Não imaginava que aquele "até logo" seria "adeus" definitivamente. Nunca mais nos veremos, nunca mais nos encontraremos, mas saiba que a cadeira que deixou vazia no nosso "trem da vida" , será sempre lembrada como a de um amigo que pouco falava, mas as poucas palavras a mim dirigidas foram para demonstrar a simpatia que nutria pela minha pessoa.
Quando voltar à minha terra e passar pela sua calçada, tenha a certeza de que vou lamentar a sua ausência, vou sentir falta de mais um dos filhos de Seu Juvino e Dona Inêz que desceu na "Estação  Principal", deixando boas recordações da amizade que sempre uniu velhos conterrâneos de uma geração que aprenderam a conviver como se fizessem parte de uma grande família.
Que Deus, seus pais e seus irmãos, o recebam na eternidade para um recomeço de uma vida onde tudo se resume em uma só palavra: AMOR.

Depois das minhas palavras, deixo aqui transcrito o comentário que seu sobrinho Dhotta postou no Blog Pássaros Soltos, sobre o falecimento do seu tio Geraldo da Penha.
São palavras arrancadas do seu coração, num momento em que revelamos a tristeza que sentimos de afetos que por alguma razão nos foram negados e que agora se transformam num lamento, na inexorável constação de que nada mais pode ser feito para que voltemos atrás.

Amigo Dhotta: meu abraço, minha compreensão e a certeza de que você jamais será o único a padecer dessa cuel realidade. Há mais pessoas aqui nesse mundo precisando ler o seu desabafo.
Para Geraldo, que se foi, não há mais nada a fazer, mas para outros que Deus ainda está dando a chance de fazer da vida um hino de amor e de afeto, principalmente dentro do núcleo familiar, o que você escreveu de maneira tão pura e sincera é um grande texto para uma enorme reflexão.
Clique no link:

DE MARCOS DHOTTA


Engraçado! Na vida cada um é cada um. E como é difícil entendermos isso... Queremos sempre que os outros sejam o que deles esperamos. Essa é a pedra angular da grande peleja dos homens. Meu tio Geraldo acaba de falecer e elegeu na morte a mesma solidão que cultivou na vida. Pediu aos sobrinhos que não mais o visitassem, quem sabe para não compartilhar na morte das companhias que sempre evitou em vida. Era um solitário por opção. Nunca conseguiu conviver bem com os irmãos, nem com os sobrinhos e muito menos, com o único filho. Com os amigos, às vezes. É certo que não agia assim por iniqüidade ou incúria. Apenas queria ser só, e ponto final. Viveu isolado de tudo e de todos. Passava meses no sítio sem aparecer e ou dar notícias. Deus sabe por quais “caminhos” passou. Não tinha outros vícios senão o cigarro e o de ser sozinho. Nem por isso foi um inútil. Trabalhou no legado das terras que o pai deixou: O Sitio Penha. Apenas não se deixava estimar com facilidade. As pessoas tinham por ele um conceito quase que de temor, pelo algo de “coronelismo” que moldava sua conduta. Não tinha carisma. Plantou cana, milho, feijão e algodão. Cuidou de gado e cultivou pastagens. Aprendeu e estudou a terra com as próprias mãos. Ao mesmo tempo em que era um ser primitivo, era um homem de política. Foi vereador, mas não gostava de associar-se a ninguém, nem a nada. Não queria mais do que ser ele mesmo. Pensava como Ibsen que o homem só é o mais forte. Agia com dureza para não fazer concessões. Não foi fraternal com os seus, nem consigo mesmo. Era apenas coerente e lógico no seu espontâneo isolamento. Viu a sorte escapar-lhe pelos dedos inúmeras vezes e a dor alagar o precipício que as tragédias abrem em nossos corações. Perdeu os pais, os irmãos e sobrinhos. Pouquíssimas vezes o vi gargalhar. Talvez não quisesse ficar refém da alegria, nem esgotar-se em sua busca. Acredito, como sobrinho, que a alegria o incomodasse. Certa vez escutei de seu filho: “nem sei se tive um pai”. Tinha razão, porque também não tenho certeza de que foi meu tio, tão separados vivemos sempre. Morreu no seio de sua segunda mãe: A irmã Maria. Recusou tratamentos, médicos e remédios. Quis continuar só na morte sem deixar vestígios nem pegadas que o levassem até ele. Nunca fez alarde do seu carinho por nós, mas de certa forma pedia que “o compreendêssemos”, porque ele era assim... E assim era mesmo. Não teve grandes amores, apenas um: Doralice. O qual dizem, guardou somente para ele. Enfim, ele foi o meu Tio Geraldo que uma vez, na festa de São Pedro, passeou comigo horas e horas na roda gigante. E só! Esta foi a mais forte recordação que tenho dele. Recordação na forma de uma tristeza que hoje - já morto - me faz lembrar dele por algo que nunca aprendeu a fazer: Ser concretamente Feliz ! Que Deus o tenha meu tio. 
09 de outubro de 2011

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

OS DIAS VOAM, DHOTTA COMEMORA MAIS UM ANO DE VIDA

"Sou uma pessoa igual as demais, apenas com uma diferença:
 Sou diferente de todas elas"
Marcos Dhotta



Clara Nunes - Meus tempos de criança

Meu amigo querido, você não é igual, nem tampouco diferente das pessoas, você não se confunde com ninguém, você É VOCÊ MESMO e  tem um lugar especial no meu coração.
Quanto mais os dias voam, quanto mais o tempo passa, mais aumentam a minha admiração e a minha amizade por você.
Desejo no dia de  hoje, dia do seu aniversário, que continue compondo a sua história, sem pressa, porque você já provou que é capaz de ser feliz.

Deus esteja sempre com você, nos dias que voam e nos dias que parecerem intermináveis.

Um beijo no seu coração!

Almir Sater & Maria Betânia - Tocando em frente



sexta-feira, 19 de agosto de 2011

QUE BOM TE ENCONTRAR, ROSINHA!


Um dos inúmeros comentários postados no meu "Raízes", assinado por Rosinha:

"Estou simplesmente maravilhada com seus blogs. Parabéns sinceros do fundo do coração, são feitos com amor, verdade e sabedoria. Os meus são feitos por uma principiante, mas com os mesmos ideais, pode crer, minha amiga, deixe que a trate assim, pois é o que sinto. Adoro a família, tenho uns filhos e uns netos que são meu encanto e que andam sempre no meu coração.
Rosinha."
O meu coração me levou à Coimbra, precisava conhecer de perto essa portuguesa que, mesmo sem me conhecer pessoalmente, mesmo estando além mar, julgou-me ser uma pessoa sincera, verdadeira e sábia, capaz de guardar e distribuir  amor àqueles que me são caros.

Há tempos vínhamos trocando comentários em nossos blogs. Postei minhas impressões e meus agradecimentos nos seus blogs: Amor Maternal e De Tudo um pouco , mas o desejo de conhecê-la pessoalmente era algo que não conseguia tirar do meu coração, principalmente porque, ao ler suas postagens, senti enorme identificação de perfil: amante da família, mãe e avó dedicada.

Ao programar nossa viagem à Europa fizemos questão de incluir Coimbra, pois, lá estava Rosinha, e o meu coração não me perdoria se deixasse escapar esta oportunidade de ouro. E assim, ainda em Paris, falei com ela pelo computador, ficou acertado que ao chegarmos em Lisboa combinaríamos dia e hora para o nosso encontro.

Partimos de comboio para Estação do Oriente, e lá chegamos por volta de duas horas da tarde. Ao desembarcarmos eles estavam na plataforma à nossa espera, abraçamo-nos como velhas amigas, embora nunca tivéssemos nos visto pessoalmente.
Rosinha estava em companhia do seu esposo, Paulo, tão simpático e acolhedor quanto ela, nos recebeu com a mesma amabilidade.

Nunca fomos tão assediadas pela imprensa local (Paulo e Vilar), cada um a seu tempo clicava para fotografar a alegria das amigas que acabavam de deixar de ser virtuais, para agora, sim, serem de carne e osso.




E ali, defronte uma para a outra, sacramentamos a amizade que já existia, antes mesmo de nos conhecermos pessoalmente. Os maridos também trocavam suas conversas e, naquele momento, recebemos o convite para o almoço que o casal nos ofereceu no Restaurante Pedro dos Leitões, um ponto turístico imperdível para quem visita Coimbra.


O mais conhecido e o mais antigo dos restaurantes da Mealhada é o "Pedro dos Leitões". Álvaro Pedro, antes de se instalar em sua própria cidade de nascimento, morou no Brasil, em São Paulo, onde não se deu bem no negócio de restaurantes. Na década de 40, numa casa modesta junto à estrada Porto-Lisboa, começou a tornar famoso o leitão da Bairrada, que antes era circunscrito ao consumo doméstico da própria região. No princípio dos anos 50, com a inauguração da auto-estrada e o aumento do tráfego entre Lisboa e o Porto, o restaurante cresceu e hoje é uma casa ampla que atende a mais de 800 pessoas por dia em cada fim de semana.

Provamos dos leitões do Pedro, uma delícia! Melhor ainda, a companhia do amável casal que nos recebeu de maneira impecável, entre um garfo e outro íamos debulhando rapidamente algumas de nossas histórias.

Leitões inteiros


Servidos à mesa



Lindo quadro de azulejos na parede do restaurante.

"Para quem sái do Porto de carro em direção a Lisboa, pela auto-estrada A1, a apenas 17 quilômetros de Coimbra está situada a Mealhada, na região da Bairrada, famosa por seus vinhos encorpados e pelo Leitão à Bairrada, glória e orgulho da gastronomia portuguesa.
É um dos dezenove "Concelhos" do Distrito de Aveiro. Os "concelhos" são o equivalente aos distritos de um Município, no Brasil. Na entrada da cidade, como um portal que identifica a sua principal atividade econômica, está exposta num conjunto de azulejos a imagem de um homem assando um leitão enfiado num espeto, num forno de barro muito usado na região. Azulejos como os que existem até hoje no Brasil, na nossa herança cultural portuguesa guardada nas igrejas coloniais, só que, ao contrário daqueles da Mealhada, os nossos contêm imagens de santos e cenas religiosas."






Ao témino do delicioso almoço, os nossos amigos nos convidaram para fazer um rápido passeio pela Cidade de Coimbra, teria que ser rápido mesmo, pois já estávamos com o bilhete de volta à Lisboa, não poderíamos nos demorar para não perder o horário do comboio.

Partimos em direção a Universidade de Coimbra e, por lá, ainda tivemos a oportunidade de conhecer coisas maravilhosas a exemplo do "Retiro dos Poetas", um local onde estudantes que passaram pela Universidade voltam para gravar seus poemas de saudades e agradecimentos. Em blocos de alvenaria, vão deixando poemas evocando os bons tempos em que alí adquiriram seus conhecimentos, tornando-os profissionais.





Os nossos amigos nos levaram para um tour na cidade, apesar do curto tempo conhecemos, graças a Paulo e Rosinha belos lugares. Vejam alguns dos principais lugares por onde passamos:




Os Arcos do Jardim ou Aqueduto de São Sebastião, situados em frente ao Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, foram outrora um aqueduto romano, que servia para abastecer a alta de Coimbra.
Construído pelo engenheiro italiano Filipe Terzio no reinado de D. Sebastião, sobre ruinas de um aqueduto da época romana, ligava os morros onde se situavam o mosteiro de Santana e o Castelo, vencendo uma depressão em vinte e um arcos.
Por sobre o Arco de Honra existe um conjunto de duas esculturas representando, do lado Norte São Roque, do lado Sul São Sebastião.
(Texto: Wikipedia)



COIMBRA (Portugal): Igreja de São Tiago - Sé Velha 


"A Sé Velha é um dos grandes expoentes do românico português. Erguida num período em que a fronteira entre cristãos e muçulmanos assentava na linha do Mondego, conservou traços de igreja-fortaleza, com fachada rematada por ameias. Exteriormente domina o românico. No interior são visíveis outros estilos. É o caso da Porta Especiosa, na fachada lateral norte, que data da segunda metade do século XVI, atribuída a João de Ruão. A cabeceira é formada por uma ábside do século XII, rematada por uma cúpula do século XVII. O claustro é uma das primeiras obras góticas do país.

O aspecto mais notável da decoração românica da Sé Velha é o grande número de capitéis esculpidos (cerca de 380), que a converte em um dos principais núcleos da escultura românica portuguesa."





Igreja de Santa Clara

Nesta Igreja está sepultada a Rainha Izabel de Aragão. Local de repouso final depois de tersido trasladada do seu antigo convento "Convento de Santa-a- Clara - A Velha". Neste momento os seus restos mortais repousam num túmulo de prata, mas o túmulo original em pedra de ançã também se encontra nesta igreja no coro baixo.



Santa Izabel - A Rainha Santa




Do Miradouro do Vale do Inferno avistei a belíssima Coimbra!


Situado na margem esqueda do Mondego, que oferece as melhores vistas de uma cidade cheia de miradouros, este é, possivelmente, o mais espectacular. Fica na antiga estrada que descia para a ponte de Santa Clara e oferece o panorama mais "completo" sobre a cidade do Mondego, abrangendo o Choupal, a Lapa dos Esteios, a Quinta das Lágrimas, as margens e o curso do Mondego, bem como a Baixa e a Alta da cidade.

Terminado o nosso maravilhoso e corrido passeio pelas ruas de Coimbra, Paulo e Rosinha fizeram absoluta questão que fôssemos até a sua residência, onde posamos para as fotos finais e recebemos três belíssimos presentes:




Um excelente vinho do Porto


Um pano bordado no tear.



A Imolização Gessada Convencional/Clássica em Ortotraumatologia
(De Paulo Homem)
Por fim, Paulo nos levou para conhecer o seu cantinho de "caríssimas catrevagens" dentre as mais belas, uma coleção de candeeiros antigos, onde ele me afirmava que só estava precisando de um único modelo para terminá-la. Lembrei-me naquele momento do meu primo/cunhado, Heráclio, que também curte a sua aposentadoria na garagem de sua casa, numa oficina que apelidamos de "A Oficina do Professor Pardal". 
Claro que me lembrei de Dhota, meu amigo e conterrâneo, por causa do seu blog Caríssimas Catrevagens onde ele faz resgates tão significativos de memoráveis lembranças relativas a coisas que já não existem mais.

O mais recente trabalho do meu mais novo amigo, Paulo, é a recuperação da cama que pertenceu ao senhor seu pai:


 Fiquei maravilhada !

Aqui deixo registrada a nossa passagem por Coimbra, e os nossos agradecimentos pela calorosa recepção do casal Rosinha e Paulo, e quero deixar também a certeza de que ter estado com vocês faz parte das coisas que não se tiram do coração. Resta-nos, para completar a nossa alegria, recebe-los no nosso Brasil, lhes assegurando que de tudo faremos par retribuir tantas gentilezas.


VÍDEO QUE GUARDA IMAGENS DA NOSSA VISITA A COIMBRA