João Nunes Ventura - Na sua infância.
O poeta que canta e encanta a terra em que nasceu, que não esquece os seus antepassados, que hoje aos setenta anos, rodeado de filhos e netos, distante do seu torrão natal, escreve em versos "as memórias que guarda de memória". João é filho de Edwiges Nunes Ventura, uma sobrinha do meu sogro, uma doce e respeitável senhora que um dia viveu entre nós, cuja memória continua viva no coração de todos que com ela conviveram. Mas deixemos o poeta falar, cantemos com ele os louvores à sua família em homenagem aos que já se foram e aos que deles se originaram.
Dona Constância e seu Manoel Ventura
(avós maternos do poeta João Ventura)
Dona Constância, era casada com seu Manoel Ventura, e dessa união nasceram: Dona Natália, Edviges, Maria Ventura, Feliciana, Dolores, Nanan, João e Francisco.
Todos casaram e tiveram filhos, exceto Maria Ventura que se dedicou como freira a vida religiosa.
É para a família que Edviges constituiu ao se casar com seu Alberto Nunes que hoje venho prestar minha homenagem. Para tanto, farei uso das poesias do seu filho João Nunes Ventura, cuja beleza dispensa minhas singelas palavras. pois, por si só já são um verdadeiro hino de amor aos seu familiares.
Edviges Ventura Nunes (in memoriam) - Brejinho-PE - Ano de 1945
MINHA MÃE
Mãe estrela brilhante e formosa
Suavemente da terra partiste,
Não te esqueças que o meu amor existe
No meu coração, oh! Mãe carinhosa.
Partiste desta vida misteriosa
Meu coração parado, batendo triste,
Nas alturas e que tu subiste
Ficou vazia, tua ausência saudosa.
No repouso eterno descansa serena
Velando por mim que estou a chorar,
No mundo sozinho partido de pena.
Peço a Deus que reservou teu lugar
No milage da eternidade suprema,
No céu onde estás, um dia te encontrar.
João Ventura
O casal Alberto e Edvirges Nunes Ventura (in memoriam)
SAUDADES DE MINHA MÃE
No meu caminho de luz
Na madrugada dormindo,
Tive um sonho lindo
Pra consolo dos dias meus;
Na vizão dos meus sonhos
Minha mãe me fitava,
E com um terço rezava
De joelhos aos pés de Deus.
Em criança lhe amava
Lhe chamava de rainha,
Pérola que era minha
A verdadeira devoção;
O mais lindo e puro amor
No berço me embalava,
E carinhosamente me chamava
Oh! filho do coração.
A saudade doeu no coração
E pra não morrer de tristeza,
Sentei na minha mesa
Em minha mãe fui pensar;
Nesses versos singelos
Confortei minha amargura,
Da lembrança e ternura
E da delícia de lhe amar.
(João Nunes Ventura)
Alberto Nunes e Edviges Ventura Nunes
PAI
Pai dos nossos corações
Por nosso bem a zelar,
Com carinho a nos amar
São nossas recordações.
No fervor de suas orações
Pediu graças para o nosso lar,
Mostrou o caminho a encontrar
O amor aos nossos irmãos.
Nosso lar ficou vazio
Mas generoso foi o seu brio,
Como o Pai melhor da terra.
Sua melodia não se ouve mais
E a sua voz calou em paz,
Mas a saudade é sempre eterna.
João Ventura
Maria do Carmo, João, Lindalva e José - Na infância.
(Os irmãos Nunes Ventura)
MINHAS CANTIGAS DE RODA
Em cantiga de roda
Cantei ao som de viola
Sonhei no meu travesseiro,
Tantas notas de ternuras
Despertar de formosuras
Saudades do amor primeiro.
Se esta rua fosse minha
Eu pegava as folinhas
Espalhadas pelo chão,
E com rosa amarela
Eu te deixava mais bela
Dentro do meu coração.
Feliz no cordão da roda
Apanhei uma sacola
Quem uma moeda me dar,
Não é esmola nao é nada
É uma fita encarnada
Para teu coração enfeitar.
Na roda da ciranda
O meu coração comanda
E dança na areia da praia,
E como perfuma as flores
Eu deixo cheirosa as cores
No desenho de tua saia.
Na lira do meu canto
Alimentei teu encanto
E as cantigas que amei,
E os lírios de criança
Que fizeram a mudança
Dos amores que sonhei.
Belas foram às cantigas
Dos amores e das amigas
De uma infância querida,
Do doce encanto que era
O sorriso dos lábios dela
Sob o céu de minha vida.
As cantigas são lembranças
Dos sonhos de crianças
Num canto de saudade,
São fantasias que criei
E amores que chorei
Em minha pequena idade.
Na minha trova singela
As saudades que tenho dela
São os tempos de escola,
De mãos dadas a dançar
E nas ruas a cantar
As minhas cantigas de roda.
Eu choro com as cantigas
De minhas paixões antigas
Em meus dias de primores,
Que lembra minha infância
E que me trouxe a esperança
E por elas morro de amores.
João Ventura
Cleonice Ventura Nunes- Primeira Comunhão em Brejinho- PE
Os irmãos Cleonice e João Ventura - Valsa dos 15 anos
Festa de debutantes - Brejinho-PE
João Nunes Ventura aos 2 1 anos - 1963
Cleonice Nunes Ventura (irmã do poeta João)
Drª Maria do Carmo Nunes (irmã do Poeta João Ventura)
Cleonice ao lado de sua mãe Edvirges (Dave)
"Era mês de maio, o Dia das Mães estava se aproximando, e por minha mãe já não se encontrar mais conosco (porém sempre estará presente espiritualmente) resolvi escrever um poema dedicado a ela, baseado em fatos reais. Nasci numa cidade do sertão de pernambuco, Itapetim, e aos 14 anos, fui obrigado a sair da casa de meus pais para estudar num colégio interno, e nunca mais voltei a viver com meus familiares debaixo do mesmo teto.
O poema escrevi fala da saudade e das apreensões da minha mãe na hora da minha partida, são lembranças tão vivas que, naquele momento, deixei-me levar pela ilusão de que ela mesma o escrevera para mim."
O ADEUS DA MINHA MÃE
A DESPEDIDA
O vento que te levou
Ao despontar da mocidade,
Sufocando-me de saudade
Pra longe do meu sertão;
Quantas noites mal dormidas
Ouvindo os sons das violas,
E as notas mais chorosas
Das cordas do meu coração.
Ao despertar da aurora
Segue o teu destino, João,
Teus filhos, que um dia vão
Fazer a semente crescer;
Caminha na força da vida
O vento que arrasta o veleiro,
É o mesmo que chega primeiro
Aliviando meu padecer.
O sol dourando o chão
Na solidão desta terra,
Que na abertura da serra
A vida se torna esquecida;
Chorei o pranto da saudade
Com as lágrimas que o sol queimou,
Naquela manhã que marcou
O adeus da despedida.
Me desperta saudade profunda
Daqueles tempos ditosos,
Dos folguedos saudosos
Das manhãs de nossa gente;
Com a lembrança no passado
Da tua antiga morada,
No despertar da alvorada
Do teu encanto inocente.
A vida é luta para quem chega
É a Pátria para quem fica,
E a natureza fortifica
Quem parte para vencer;
Aos nobres e aos vagabundos
Os desejos são iguais,
Partistes com os ideais
De encontrar o teu saber.
Por onde quer que andares
Estarei sempre ao teu lado,
Relembrando teu passado
E os caminhos risonhos;
Além das montanhas um dia
Precisando de algum afeto,
Estarei sempre por perto
Embalando teus lindos sonhos.
(João Ventura)
O Vovô João Ventura e sua netinha Beatriz Maria
ENCANTAM MINHAS POESIAS
Desde minha pouca infância
Lá no meu seco sertão,
Trabalhar foi minha sina
No sol ardente do chão.
Em minha outra idade
Já um jovem sonhador,
Dancei forró pé de serra
Plantei lírio, colhi amor.
Internado num colégio
Muito novo eu me vi,
No orgulho da mocidade
Minha pátria eu servi.
Saudades do lar querido
No meu novo caminho,
Com o tempo a passar
Lembrança de ser menino.
O meu coração estimado
Com os cabelos já brancos,
Nos deleites seus prazeres
Nos afagos meus encantos.
Cansado e os passos lentos
Na glória dos dias meus,
As angústias e vitórias,
São sinas que vem de Deus.
Mas quando tenho no colo
Meu netinho inocente,
No coração de amor,
Do sabor que adoça a gente.
Logo cresce meu neto
Bate palma feliz agora,
As cicatrizes do meu rosto
São marcas de minha história.
Sorrindo diz para mim
Pés descalços e peito nú,
Que as raízes do meu saber
Vem das terras do pajeú.
Nos campos a brincar meu neto
Risonho com as fantasias,
Nas páginas melhor da Web
Ecantam minhas poesias.
João Nunes Ventura
Beatriz Maria aos 11 anos
A netinha Letícia Nunes - (Atualmente com 6 anos)
LETÍCIA
Letícia criança com sonho de ternura
Pura beleza que o encanto revela,
Delícia de amor e amizade sincera
Serena e cativa, Oh! linda doçura.
Deitada no berço feliz a cochilar
Anjo de Deus, sublime e de luz,
Eu rezo e contemplo, Oh! Cristo Jesus
Embalando contente uma canção de ninar.
Caminha risonha com sua emoção
Para a escolinha do seu coração,
Nas manhãs sadias da vida a brincar.
Rogo a Deus que lhe deu consciência
Conduza seu coração para o bem ofertar.
Com todo o amor da sua longa existência.
(João Ventura)
A netinha Beatriz (Filha de Paula Hemília)
BEATRIZ
Beatriz Maria estrela brilhante
Louvor singelo dos encantos meus,
Foi concebida pelas mãos de Deus
Qual anjo celeste de luz radiante.
Feliz desabrocha com sua pureza
Encanta os ares seu olhar cristalino,
A alma ergue o canto divino
Louvando aos céus, sua santa beleza.
Desponta a existência na crença da esperança
Que os sonhos puros dos tempos de criança,
Se concretizem na sua mocidade.
Dormindo sonha cercadade de flores
Desperta cantando da vida a liberdade,
Ostenta risonha seus cantos de amores.
Soneto publicado no meu livro,
O SONHO DE UM POETA
(João Ventura)
Praça Rogaciano Leite - Itapetim-PE
BERÇO QUERIDO
Do berço querido saudosas andanças
Rodeado de carinho bons tempos vivi,
O beijo franco da morena linda
O sabor dos seus lábios nos meus eu senti.
Os dias festivos que Deus reservou
A brisa cheirosa da aurora contente,
Na renovada esperança a vida floresce
Rever as raízes da estirpe da gente.
De minha mãe eternas saudades
Dos meus amigos paz e quietude,
Das minhas irmães suaves carícias
Da risonha idade, doce juventude.
E como filho que chora, a terra natal
De lembrar os afetos da real paixão,
Deitado na rede com leve sorriso
De ver a amada com flores na mão.
O céu de azul adornava as noites
Os olhos da menina brilhavam ao luar,
As salvadas memórias dos dias lindos
Oh! quantas saudades eu tenho de lá.
A frondosa sombra da ampla mangueira
Descalça a trigueira corria a brincar,
Com minha viola ofegava a canção
Com meu coração de joelhos a cantar.
Muitas vezes solitário mirando o luar
Quis voltar ao convívio dos meus primores,
Mergulhar nas lembranças das belas cantigas
Recordar as delícias dos meigos amores.
(João Ventura)
MEU BERÇO AMADO - ITAPETIM
Desfilam no teu seio nobres poetas
Tremula o pendão da liberdade,
Lindos sonhos de tua mocidade
No meu coração saudades repletas.
Pátria adorada azul dos meus primores
Povo heroico das regiões do Pajeú,
Mais sadias do que os solos do sul
Este recanto florido de meus louvores.
Os dias meus jamais esquecidos
Os trovadores de essências nascidos,
Não esqueceram os prantos da partida.
Fico orgulhoso ao te ver bonita assim
Pois tu és a idolatrada da minha vida,
Meu berço amado e querido: Itapetim.
(João Ventura)
Acesse o link abaixo e siga o poeta João Ventura, onde você poderá ler outros belos poemas, afora os que aqui foram postados:
14 comentários:
Um encanto de cultura, informações
fotos e poesias do meu vovô João
Ventura, postado em Raízes do
Coração, pela Escritora Lusa Piancó
Vilar, uma amiga de meu avô. Eu
estou feliz e agradeço a Lusa, com
essa belíssima informação.
Beatriz.
Bela reportagem, que a escritora
Lusa Piancó Vilar, postou no blog
Raízes do Coração, com uma matéria
falando da paixão do meu vovô João
Ventura. Amei e estou muito agradecida. Um beijo para você Lusa. Beatriz Maria (Neta de João
Ventura)
Lusa Piancó, minha amiga, que
maravilha, doce encanto, isto não
tem preço, mas tem meu coração,
que matéria mais linda, só você,
com toda sua bondade, prestar-me
uma homenagem tão significativa,
Lusa, toda minha família lhe agradece. Você, será sempre amada,
sempre abençoada, seu coração só
faz o bem. Vou aqui lhe agradecer
em nome de todos que lhe amam, amam
as poesias, de todo o povo de nossa
terra. Um grande abraço. J. Vetura
Uma excelente postagem, de minha
amiga Lusa Piancó Vilar, uma
matéria, sobre minhas paixões,
família e poesia, Raízes do Coração
que vem me encher de brios e de luz
Só Lusa, com esse coração de amor
para me trazer tanta alegria.
Uma belíssima reportagem postada
no Raízes do Coração, por minha
amiga Lusa Piancó Vilar, um amor,
uma doçura, uma grande homenagem,
prestada a mim e a minha família,
não há preço que pague, só o meu
coração agradece, por todo amor
que você dedica, em tudo que você
se propõe a fazer. Nós todos lhe
agradecemos.
Muito bonita a matéria, postada
pela escritora, Lusa Piancó, no
Raízes do Coração, sobre as poesias
e também sobre a família, do meu
tio João Ventura. Fiquei muito
orgulhoso de tomar conecimento.
Fernando
Lusa
Se esta rua fosse minha
Faria faixas coloridas
Com letras garrafais:
Itapetim,teu solo é ventre
De poetas imortais.
Se eu fosse poeta
Faria um monte de versos
E neles eu escreveria
O tamanho do meu afeto
Àqueles que promovem
A cultura, o progresso
Falaria dos contos e causos
De uma cidade arretada
Dos seus poetas,seu povo
De sua gente animada
E por fim, diria
Eita cidade adorada!
Como não tenho muita rima
Nem poeta sou
Termino minha pretensão
Aplaudindo os poetas
Do quilate do João
Que nasceu com a Ventura
De tecer em versos
As raízes do coração.
E ainda agradeço à Lusa
O encanto da informação...
Feliz Páscoa, amiga.
Linda Simões
Linda Simões, fiquei muito orgulhoso e emocionado, com o seu
comentário em Raízes do Coração,
o meu trabalho foi apenas escrever
as poesias, o desfecho de todo o
belíssimo trabalho é de Lusa Piancó
Sua poesia, me encantou, e você
na poesia, me enalteceu, ao colocar
o meu nome no conteúdo da mesma.
De coração eu lhe agradeço, e vou
ter o prazer de você comentar minhas poesias no melhor da Web,
lembranças a sua mãe, muitas
felicidades para toda sua família.
João Ventura.
Linda Simões, que bom, ler seu
comentário, descrito em versos,
ainda mais, meu nome aparecendo
no belo texto, que tanto apreciei,
estou feliz e orgulhoso, da sua
participação, mas os elogios vão
todos para Lusa Piancó, eu apenas
escrevi as poesias. Receber elogios de pessoas, cultas, só nos
envaidece e nos anima a continuar
escrevendo. Felicidades para você
e toda sua família. Muito obrigado,
João Ventura
João,
Lusa é mesmo assim,esse carinho todo com seus conterrâneos,sempre.
Mas, reitero que poetas do seu "quilate" nos deixam orgulhosas de nossas raízes.
Muito obrigada aos dois:João e Lusa.
Um grande abraço,
Linda Simões
CARO AMIGO JOÃO VENTURA PARABÉNS P0R TÃO EMOCIONANTES POESIAS REFERENTES A TUA HISTÓRIA DE VIDA E FOTOS QUE NOS LEVAM A VIAJAR NO TEMPO . NÃO SEI COMO QUEM NÃO FAZ POESIA SUPORTA O FARDO DA SAUDADE PESANDO NO INTIMO DA ALMA SEM ENCONTRAR UMA MANEIRA DE EXPRESSAR E REVIVER HISTÓRIAS QUE FICAM GUARDADAS NO BAÚ DO ESQUECIMENTO . O CERTO É, QUE NINGUÉM ESQUECE TOTALMENTE MAS O FATO DE NÃO CANTÁ-LAS NEM RELEMBRÀ-LAS PESAM NA NOSSA PSIQUÊ, AS VEZES EM FORMA DE NOSTALGIA E TRISTEZA INEXPLICÁVEL.DEBRUCEI-ME EM SEUS VERSOS , PROFUNDOS, GENUINOS , ROMANTICOS E SAUDOSOS .
Hoje li o comentário que Carlinda
Nunes, deixou a respeito de minhas
poesias, postadas por Lusa Piancó,
em Raízes do Coração, fiquei feliz,
vindo de uma pessoa com o dom que
Deus lhe deu, de escrever belos
poemas. Muito lhe agradeço, doce
filha de Deus abençoada. Um abraço,
João Ventura.
@Carlinda Nunes Receber comentários
vindo de sua pessoa, deixa-me muito envaidecido, lhe agradeço de coração, foi muito oportuno e sábia sua opinião. Os loiros maiores eu transfiro para Lusa, foi ela que vamos dizer,para meus conterrâneos me encontrou, e proporcionou também encontrar-me com você, que é também uma abençoada filha de Deus, que lhe deu o dom da versagem e da sabedoria, tenho admiração por você, e você também, está de parabéns, amo todo mundo, mas amo
um pouquinho mais os poetas e as
POETISAS COMO VOCÊ. João Ventura
Eu também João quero deixar registrado a minha admiração pelo seu lindo trabalho. Confesso que a emoção invadiu o meu ser. Viajei nas entrelinhas dessas poesias. Se eu também soubesse fazer poesia, diria talvez palavras assim como disse você. Vou continuar lendo seus trabalhos, isso me faz muito bem. Um grande abraço.
Maria Muniz
Postar um comentário