Seguidores

quarta-feira, 11 de abril de 2012

ADEUS COMADRE CREUSA!


A família Sargento Material / Creusa Rodrigues



No dia 5 de janeiro de 1955, chegava em Itapetim,  o casal Augusto e Creuza Rodrigues, ele como soldado da Polícia Militar, egresso do município de Custódia-PE, com apenas dois filhos: João e Roberto. João foi criado pelos avós e, por esse motivo, somente Roberto acompanhara os pais para se estabelecer na nossa terra.
Meu pai havia construído a nossa casa de morada, em 1953, bem ao lado da Igreja Matriz, e o casal recém chegado foi morar em uma casa vizinha à nossa, cujo proprietário, hoje, é o Senhor João Fotógrafo.

A casa dos meus pais na década de 1950 - Do lado esquerdo: a casa de seu Manoel da Porteira e a Casa Paroquial e do lado direito: a casa em que morou a família de Material e Creusa Rodrigues.

Uma família ligada por laços políticos e por uma amizade profunda, principalmente por um relacionamento fraterno que existia entre minha saudosa mãe Rita Piancó e a inesquecível Creusa, esposa de seu material soldado. Roberto passara a ser a companhia do meu irmão João, pois por ser o único homem entre seis mulheres tinha aquele menino, chegado de Custódia, como um verdadeiro irmão. 
Ele tinha os cabelos longos, na altura da cintura, pagava uma promessa que a mãe havia feito pra que se curasse de uma doença, que não me lembro mais de que natureza. Só sei que o cabelo dele nos chamava atenção. 

Dão (meu irmão) e Roberto Rodrigues (filho do Casal Augusto e Creusa)

Acho que poucas pessoas sabiam que o Soldado Material tinha sido batizado com o nome de Augusto. Talvez, o Sargento Material, ainda hoje, tenha o seu verdadeiro nome desconhecido por muitos. Entretanto, a ninguém da minha terra é dado o direito de desconhecer a trajetória de vida honrada dessa família que veio se estabelecer no nosso torrão natal. Os anos foram passando e a família do Sargento foi aumentando. Depois de João e Roberto, chegaram os nascidos em Itapetim: Margarida, Margareth, Maria do Socorro, Maria José, Doda, Tadeu e Aparecida, todos eram como se fossem nossos irmãos, inclusive chamavam de vozinha a nossa saudosa avó D. Conceição Piancó, e de Tia Dolores e Tio Benzinho, os nossos tios de saudosa memória que com ela moravam. 

Quando Margareth nasceu, meus pais foram tomados como padrinhos de batismo e a amizade se estreitou ainda mais. Daquele dia em diante o casal passou a ser para todos da minha família a Comadre Creusa e o Compadre Material, e o mais interessante é que eles também nos tratavam da mesma forma, desde os meus pais até a caçula Rita de Cássia minha irmã , até os dias hoje, continuaram nos chamando de "comadres".

Despedir-me de Comadre Creusa é o mesmo que fechar um capítulo da minha vida de criança e adolescente do qual ela fez parte ativamente. Amiga fiel e confidente da minha mãe, solidária, companheira disponível, agradável companhia, uma verdadeira irmã; talvez maior e melhor do que muitas consangüineas que não sabem, como elas, manterem ao longo de toda a existência tanto amor, tanta compreensão e tanto respeito  entre si.

Ao chorar a saudade de Comadre Creuza, eu misturo minhas lágrimas com as que derramo pela falta que sinto da minha inesquecível mãe. Elas foram "Comadres" inseparáveis aqui nesta vida terrena, e sinto que vão se encontrar na eternidade, vão, diante do Trono do Senhor, receber as graças merecidas em recompensa pela amizade verdadeira que as uniu aqui na terra como duas verdadeiras irmãs que se amam.


Vai comadre Creusa, vai ao encontro do Pai Eterno e, se Ele permitir o encontro com a minha mãe, diz a ela, a minha inesquecível mãe, que todas as suas filhas, as suas eternas "comadres"  honraram essa amizade pura, sem maiores interesses, e te amaram até o último momento em que estivesse entre nós.

Saudades Eternas das Comadres e Compadres, filhos de Compadre Toinho e Comadre Rita!

4 comentários:

Lila Piancó disse...

Comadre Creusa! É tudo que consigo repetir nesse momento.Que Deus te abençoe, que Maria te receba, e que junto a minha velhinha (minha mãe), possas viver uma vida de eterna felicidades.Se a certeza que temos é que o amor nos une, pois sendo assim estás unida a ela.Vou sentir muita falta de você, nos momentos em que vinha da casa da minha irmã Leta, ao passar na sua calçada, você ficava horas a conversar comigo e demonstrava preocupações com todos nós, filhos do nosso pai, o seu Compadre Toinho.Fica com Jesus!

vandinha disse...

cumadre creusa,q esteja junto ao PAI, era minha cumadre de verdade,fui madrinha de seu filho bebê e eu era ainda 1 menina c 10 anos de idade só,+ tinha vontade de apadrinhar 1 bebê e ela me deu essa satisfação obg cumadre,te visitei sexta santa e vi q realmente DEUS achamava ,q esteja em paz AMÉM,SINTAM-SE ABRAÇADAS NENEN,CUMADE GAIDA,GAETE,CIDA ,TADEU E DODA ,ROBERTO E JOÃO E MEU COMPADRE MATERIAL.FKM NA PAZ .obg lusa pelo espaço .

Carlinda Nunes disse...

Lusa e Lila,

O sentimento de vocês por essa tão importante amizade com D. Creusa e seu Material só enobrece cada vez mais o gesto de carinho, ternura e gratidão inerentes a vocês duas, qualidades estas que são frutos dos espíritos elevados. O que Lusa escreveu sobre os laços de amizade de D. Rita e sua comadre , nos toca o coração. Que história de vida, de família , de amigos que se respeitavam , e viviam fraternalmente deixando para os filhos a lembrança desse lado doce da infância de ambas. Com saudades também senti a passagem de D. Creusa pois era também muito amiga de Mãe Quina e Pai João que moraram, por muito tempo, na mesma rua. Que Deus a receba e a acolha no seu Reino de Amor aquela que tão bem se relacionava com seu próximo, e demonstrava sua educação, humildade, simplicidade , solicitude e fraternidade .

Com carinho, beijo pra vocês,
Carlinda

Linda Simões disse...

Lusa,

D. Creusa era uma mulher de fibra,também eu gostava muito dela.Com certeza está na luz,junto com os bons espíritos.

Bonito é ver a forma como contas as histórias, conterrânea.

"Isso vale um abraço, companheira"


Beijinhos,


Linda Simões