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sexta-feira, 29 de abril de 2011

DEZ COMENDAS SERÃO CONFERIDAS À FAMÍLIAS E INSTITUIÇÕES: "CENTENÁRIO WALFREDO SIQUEIRA"


ANIVERSARIO DE AMIGO IRMÃO

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 Família de Antônio Piancó Sobrinho - 27 de dezembro de 1982

Foi com muita emoção que recebi a incumbência de representar minha família, para receber no dia 21 de maio deste ano, a COMENDA CENTENÁRIO WALFREDO SIQUEIRA, como reconhecimento do papel imprescindível que teve o meu saudoso pai, Antônio Piancó Sobrinho, para a trajetória de êxito do líder sertanejo Walfredo Paulino de Siqueira.

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº 001/2011

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JUSTIFICATIVA

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Desde já quero dizer em nome de todos os filhos de Antônio Piancó Sobrinho (in memoriam) que, ao sermos agraciados com uma das dez comendas que serão conferidas à famílias e instituições, as quais, reconhecidamente, tiveram relação ou vínculo político, social e econômico no contexto histórico com Walfredo Siqueira, muito nos emociona e nos deixa profundamente agradecidos.

Não restam dúvidas do relacionamento por demais estreito que tiveram Walfredo e Toinho, de forma que em 2008 quando criei o meu 1º blog intitulado "Raízes", onde venho postando relatos das minhas origens, não pude deixar de criar um anexo para registrar a trajetória política do meu pai, cujo título é:
 "Antônio Piancó: O Homem Público", lá podemos conferir que ao contar a história da vida de Antônio Piancó é impossível não registrar os passos de Walfredo Siqueira, porque andaram juntos pelo mundo dos negócios e da poítica durante 40 anos.








Também criei um espaço para fazer minhas homengens a esse grande homem que foi para nosso pai espelho de retidão e caráter, cujos valores, que dele recebeu, repassou para sua família como um precioso legado.
Além da inegável contribuição para o desenvolvimento da nossa região, particularmente, para o nosso município.
Nossos agradecimentos aos familiares de Walfredo Siqueira, bem como a todos os Vereadores da Câmara Municipal de São José do Egito, pela aprovação do Projeto de Decreto nº 001/2011, que oficializa a distribuição das Comendas "Centenário Walfredo Siqueira"

quarta-feira, 27 de abril de 2011

ITAPETIM PERDE MAIS UM GRANDE POETA : PEDRO AMORIM

Pedro Vieira de Amorim, o poeta dos vaqueiros, nasceu em 18 de setembro de 1921, no Sítio Surubim, município de Desterro-PB. Fixou residência em Itapetim há mais de 40 anos. 
Filho de Jerônimo Correia de Amorim e Dona Tereza Maria da Conceição, casou-se com Dona Aurina, e do casal nasceram 8 filhos: Raulino, Jerônimo, Tarcísio, Aristoblo, Cristóvão, Berenice, Beatriz e Bartira.


Grande amigo da família, especialmente do meu saudoso pai, Antônio Piancó, tendo sido o gosto pela poesia um dos elos que intensificou a amizade dos dois.

Num mote que havia sido dado por meu pai, Antônio Piancó, o poeta Pedro Amorim enviou esse verso a minha irmã, Fátima, o qual foi transcrito no seu livro Raízes no Capítulo de Homenagens prestadas a ele.



Foi Antônio Piancó
Quem nos mostrou no espelho
Exemplo do Mar Vermelho
No tempo de Faraó
Que com um cajado só
Pode a água separar
Mandou seu povo passar
Mas Faraó se afogou
Só Moisés atravessou
De pés enxutos no mar.

LANÇAMENTO DO LIVRO DE PEDRO AMORIM
EM 1988



PEDRO AMORIM RECITA "MINHA CASA"
UM DOS MAIORES POEMAS DE SUA AUTORIA


CLIQUE NA IMAGEM E ACESSE O SITE


Os poetas Pedro Amorim e Louro do Pajeú



Clique na imagem e acesse o site Itapetim. net

Como todo poeta, era espirituoso. Seu filho Raulino nos contou um diálogo interessante entre ele e o pai.
Como todo pai zelozo, seu Pedro não permitia que o filho fumasse, além da exigência do respeito existente naquela época.
Certo dia seu Pedro flagrou Raulino fumando. Ao ver o pai se aproximar, ele mais que depressa colocou as mãos para trás, segurando o cigarro entre os dedos.
Seu Pedro, além do cheiro do cigarro, também viu uma espiral de fumaça saindo por  trás do filho.
Intrigado, ele perguntou:
- Raulino, você está fumando?
- Não, pai, claro que não!
- Então você está pegando fogo!

Ah! seu Pedro, quantas alegrias o senhor nos deu com inúmeras passagens semelhantes a esta.
Que Deus o receba com muita luz na eternidade, que se encontre nos céus com meu pai e encontrem violas afinadas para comemorarem em grande estilo o encontro de dois poetas amigos, muito amigos!

A todos os familiares e a todos os meus conterrâneos, minha solidariedade pela grande perda.
Itapetim está de luto, seu Pedro jamais será esquecido, ele jamais sairá dos nossos corações.

Nota:
Você poderá ler outras homenagens ao Poeta clicando nos links abaixo:
ADEUS POETA DOS VAQUEIROS
 
MORRE PEDRO AMORIM
 
MORRE PEDRO AMORIM AOS 89 ANOS

terça-feira, 26 de abril de 2011

A HORA DA MUDANÇA


Dedico esta postagem aos meus amigos que, como eu, alcançaram esta fase da maturidade, especialmente a Carlinda Nunes, Lila Piancó, Francisca Nogueira, Leda Maria de Albuquerque, Maria José de Andrade, Rejineide Lins, Rosinha Homem, Tontonho Machado e Geraldo Rêgo (com os meus agradecimentos pelo envio deste arquivo).

Desejo que os meus amigos, ao receberem esta  mensagem, sintam no coração a mesma sensação de paz e tranqüilidade que me invadiu a cada mensagem nos slides vistos. 

quinta-feira, 21 de abril de 2011

O CENTENÁRIO DE WALFREDO PAULINO DE SIQUEIRA



Para os familiares de Walfredo Paulino de Siqueira

É com imensa saudade desse homem que foi para meu saudoso pai, Antônio Piancó Sobrinho, inicialmente um patrão, e, com o passar dos anos, seu maior amigo, seu ídolo, seu sócio, a quem ele seguiu políticamente até o dia em que ele deixou de existir entre nós. Mesmo depois de morto, o nome de Walfredo Siqueira continua, para nós descendentes de Antônio Piancó, decantado com muito orgulho e com muita gratidão.

Hoje, recebo das mãos de seus filhos, Zita e Carlos, o convite que foram levar em Itapetim para a nossa família  assistir a comemoração do centenário do seu nascimento, o que muito nos honra.

Quero agradecer aos filhos de seu Walfredo, por eles não terem esquecido que durante décadas a fio os nomes de Walfredo e Toinho jamais puderam se dissociar, porque suas vidas foram unidas pelo trabalho, pela bravura, pelo respeito e pelo mesmo sentimento de servir ao povo da terra em que nasceram.
Meu pai sempre dizia, humildemente, tudo que sou, tudo que tenho e tudo que venha a ter, eu devo a um homem chamado Walfredo Siqueira, que me acolheu em suas empresas, quando fiquei orfão de pai aos 15 anos de idade, ele foi para mim o pai que inesperadamente perdi.

"Enquanto vida eu tiver, seguirei o caminho que seu Walfredo indicar, porque aprendi que a maior qualidade do ser humano é saber ser grato àqueles que nos estendem a mão nas horas mais difíceis da nossa vida. E foi isso que ele fêz por mim"

E complementava, para estender esse sentimento de gratidão a todos os seus filhos:
"Vocês rezem para seu Walfredo não ir para o partido do "cão", porque nós teremos que ir atrás"

E a sua profecia se cumpriu, todos os seus filhos, ainda hoje, guardam as lembranças desse grande homem, que viveu entre nós de maneira tão presente no sso cotidiano, que às vezes confundo o seu nome com o do meu próprio pai.

Obrigada, Seu Walfredo, tenho certeza de que Deus, na sua infinita bondade, permitiu o  reencontro com o seu grande amigo, Antônio Piancó, e no dia 21 de maio estarão assistindo juntos as comemorações pelo seu centenário.

Lusa Piancó Vilar, em nome dos filhos de Antônio Piancó Sobrinho.


Depoimento de Walfrêdo, concedido a Leila Gebrin
 Jornal de Brasília - Maio de 1973






"Eu sou um homem da região do Pajeú – dizia ele – no Sertão de Pernambuco. Comecei a trabalhar muito cedo, com a idade de 11 anos. Na época de minha infância, havia dificuldade para estudar, de maneira que só consegui fazer o Curso Primário.

Nasci em São José do Egito, onde passei toda a minha vida. Ainda muito jovem, com apenas 17 anos, ingressei no serviço público, como secretário da Prefeitura local. Nessa condição, já em 1930, participei do movimento revolucionário, incorporando-me às Forças Paraibanas que invadiam o Estado de Pernambuco.

Em 1936, senti que não tinha vocação para a vida burocrática e mudei para o comércio. Nessa época, era proprietário de um armazém de ferragens. Já em 1939, passei para o comércio e a industrialização do algodão, atividade que exerço até hoje, aliada à criação de gado.

Política, propriamente dita, só (comecei a fazer) a partir de 1945, com a redemocratização do País. Fui convocado pelo então interventor, Agamenon Magalhães, que me incumbiu da organização do PSD no município.

Participei da campanha do presidente Dutra e, mais tarde, da do governador Barbosa Lima Sobrinho e de todas mais que se realizaram no Estado, daquela época para cá.
Além do cargo de prefeito do município, que exerci por duas vezes, fui eleito por três vezes para a Assembléia Legislativa do Estado, onde tive a oportunidade de presidir a Comissão de Finanças e ser presidente da própria Assembléia por dois mandatos.

Nunca gostei de política, mas nunca deixei de ser político. O convite para a Assembléia teve muita importância. Mas o que pesou muita nesta decisão foi a gratidão que devia a um amigo (Pe. João Leite? José Borja?) a quem não poderia faltar. Fora ele o veículo de minha aproximação com o então interventor de Pernambuco, Agamenon Magalhães. Nesse período de quase 30 anos tenho tido muitas vitórias e muitas alegrias, entremeadas por decepções e contratempos, naturais na vida política de qualquer pessoa.

Voltando à época da Presidência da Assembléia, numa mesma ocasião fui cumulativamente presidente da Casa e vice-governador, condição na qual assumi o Governo do Estado várias vezes” (foram 17).
Depois do terceiro mandato, tomei a iniciativa de me substituir, tive a sorte de eleger dois genros, um para a Câmara Federal, o deputado Josias Leite, e outro para a Assembléia Legislativa, deputado Francisco Perazzo, ambos reeleitos no último pleito.

Voltei às raízes e continuo nas atividades tradicionais, considerando-me um homem realizado, tanto na parte política, quanto na empresarial e familiar, especialmente porque estou terminando a grande batalha de encaminhar os 11 filhos na vida.
Sobre a minha terra, posso dizer que se trata de região de gente destemida e inteligente, destacando-se como a capital nordestina dos violeiros e cantadores. Foi uma cidade de vida muito agitada, sob o aspecto político, especialmente a fase de 1908 a 1913. Nessa época houve a luta pela direção política local, entre as famílias Santana e Dantas.

Depois dessa fase, em conseqüência do rigor e da luta, veio uma calmaria, só voltando (o município) a
apresentar maior interesse político após a Revolução de 30.
Apesar de encravada no Alto Sertão de Pernambuco, nunca sofremos diretamente as conseqüências do bando de Lampião. Indiretamente, sofríamos muito. Na minha região nasceu o célebre bandoleiro Antonio Silvino, que no seu tempo foi o maior cangaceiro da região nordestina, convindo salientar que, tanto Antonio quanto Lampião tornaram-se bandoleiros para vingar o assassinato de pessoas de sua família. No caso de Silvino, ele tentou vingar, mas não conseguiu matar os assassinos do pai. Depois que saiu da prisão, tornou-se um revoltado e morreu de velhice. Fim um pouco inglório para um dos maiores cangaceiros do Nordeste.

O nordestino é homem brasileiro que apresenta maiores qualidades de resistência. Aceita as inclemências da natureza, luta contra elas e jamais desanima. Hoje, com as facilidades do transporte e com o progresso de outras regiões do País, especialmente do Centro-Sul, o nordestino emigra com maior facilidade. Mas, jamais deixa de voltar para o seu torrão periodicamente, ou de dar assistência financeira aos seus familiares que ficaram no Nordeste.

O relacionamento familiar é uma constante do nordestino, bem como exercer a disciplina e a tradição de respeito à família.

Meu temperamento é otimista, dificilmente me aparece um motivo que me esmoreça a disposição.
Entretanto, a vida com alegria, aceito-a como ela vem. Não sou muito de protestar, nem de me conformar com as dificuldades a acidentes ( o fatalismo de quem perdeu a mãe aos 7 anos e aos 11 já saía de casa cedinho para trabalhar?). Meu prazer é o bem-estar de minha família. É minha única preocupação e, se tudo esta bem com ela, vejo como minha maior alegria.

Na minha região, detenho a amizade e o respeito quase unânimes da população; por isso mesmo, nas chamadas médias ou modestas, compreendendo aí violeiros, repentistas, vaqueiros etc., sempre desfrutei de um certo convívio, que termina se traduzindo em confiança mútua.

Tenho, neste ano de 1973, exatos 62 anos de vida e acho que a juventude dos dias atuais tem um grande triunfo nas mãos, decorrente do progresso, do desenvolvimento, da tecnologia, das facilidades de instrução.

Mas, é necessário, quase indispensável, que essa juventude se aperceba mais desse privilégio e compreenda a responsabilidade que a ela está sendo atribuída.


Walfredo Paulino de Siqueira."
(Pinçado de "O Algodão e o Sonho" de Ivanildo Sampaio - Perfil Parlamentar do Século XX)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

ESQUECERAM DAS RAÍZES DO NOSSO CORAÇÃO!


Suely (Filha de Antônio André) e Bernadete Piancó (São Vicente, 1947)

Bernadete (beta) é a minha irmã mais velha, ela nasceu em 1947, no antigo povoado de São Vicente, pertencente a então Vila das Umburanas, hoje minha cidade natal, Itapetim, no estado de Pernambuco.
Walfredo Paulino de Siqueira e Dona Maria eram seus padrinhos de Batismo, e Suely, a filha de Seu Antônio André, foi sua madrinha de apresentação.
Bernadete nasceu na época em que o ouro branco (algodão) era culltivado em larga escala no meu município. Meu pais, Antônio e Rita, casaram e foram morar  naquele povoado, onde meu pai trabalhou nos armazéns de compra de algodão, mamona, agave e outras culturas, pertencente a Walfredo Paulino de Siqueira, um comerciante de São José do Egito, do qual veio, posteriormente, a ser sócio durante 40 anos.
Eu sou a segunda filha desse casal, já nascida em Itapetim, pois meus pais vieram morar nessa cidade, no ano de 1948.

A primeira "semente" que brotou daquele casal, a qual eles deram o nome de Bernadete, nasceu  no solo de São Vicente, dando início a uma família de seis mulheres e um homem.
Minha irmã mai velha, nasceu na época em que São Vicente era apenas um arruado de poucas casas, e de muitos homens trabalhadores, os quais viviam da agricultura, vendendo sua produção à firma W.Siqueira & Piancó.
Meu pai, Antônio Piancó, um homem afeito a grandes amizades, apesar de ter vindo fixar residência na sede do município, continuou ligado àquelas pessoas, por laços, não só de amizade, mas comerciais e políticos.
Desde a mais ternra idade convivi com famílias inteiras de São Vicente, na minha casa a presença delas era uma constante. Habituei-me a ouvir nomes que, ainda hoje, trago bem vivos na minha mente e no meu coração, porque do meu pai recebi a herança de abraçar meus conterrâneos como se fôssemos uma grande Família.
Entre tantos outros, esses eram os nomes que ecoavam na minha casa nos tempos da minha infância e juventude: Agostinho Pereira de Vasconcelos, Oliveiros Ferreira de Albuquerque, Adolfo Gomes Meira, Ananias Nunes, Manoel Avelino, João de Lidinho, Inácio de Altino, e outros.

Há um outro nome que fincou em São Vicente a bandeira do trabalho, da honra e da dignidade, apesar de não ser filho natural. Walfredo Paulino de Siqueira, um baluarte, o maior chefe político da Região do Pajeú, viveu em São Vicente, juntamente com meu pai, Antônio Piancó, trocando dinheiro por mercadoria, na lógica do respeito ao suor do homem do campo: Plantou, colheu, vendeu. Todos tinham renda necessária ao sustento da sua família.
Aquele povo de São Vicente, nas épocas de grandes estiagens, ao perder sua colheita, não morria de fome porque esses homens financiavam a entressafra. Há quem veja sob a ótica da exploração, porque eles eram, além de comerciantes, políticos daquela região. Se assim viam naquela época, hoje ficariam estarrrecidos se presenciassem o tipo de exploração atualmente instalada.

Hoje, o povo de São Vicente pouco produz, vive esperando que o prefeito de Itapetim mendigue nas portas do Estado alguma ação que lhes sirva para o desenvolvimento, como é o caso da pavimentação da Rodovia do Repente, a PE- 263.
Uma ação realizada pelo empenho do prefeito, louvável, diga-se de passagem. A luta pela pavimentação dessa estrada  vem desde os tempos em que eu ainda era menina, lá na minha terra. E Adelmo Moura conseguiu, na 1ª gestão do nosso Governador Eduardo Campos.

Infelizmente, o prefeito desluziu este ato de bravura, a conquista da pavimentação dessa estrada - que, apesar de não ter viabilidade econômica, do ponto de vista social oferece a São Vicente os benefícios da segurança e rapidez no tráfego para deslocamento dos seus moradores - quando construiu uma pequena praça no centro daquele distrito e, por desconhecimento da história do seu povo, deu o nome àquele logradouro público de "Zé Careca".

A inauguração daquela praça ocorrida ontem, dia 5 de abril - dia em que se comemora o aniversário da morte do Padreiro São Vicente, daquele distrito de mesmo nome - enodoou essa data, tão significativa para os católicos.
Para esta festa de inauguração o convidado especial do Prefeito Adelmo Moura, foi  Ex Ministro da Casa Civil, no Governo Luís Inácio da Silva, que teve seu mandato cassado em razão de uma CPI no Senado Federal, que o apontou como sendo o chefe da quadrilha que assaltou os cofres públicos da nação brasileira. Neste dia da inauguração, enquanto o Ex Ministro se deslocava para o meu município, a  Revista Época pubilcava uma matéria noticiando a conclusão do inquério da Polícia Federal sobre o esquema de corrupção denominado o "Mensalão", tendo sido, novamente, o seu Zé Dirceu apontado como o mentor daquele esquema montado no país.
Ligada na Rádio Pedras Soltas, pude acompanhar a entrevista coletiva que o Sr.Zé Dirceu concedeu a imprensa de Pernambuco. O assunto principal da visita de José Dirceu a Itapetim era referente ao período da ditadura - segundo o Jornal do Comércio, na matéria que publicou no dia seguinte - O Zé Careca ficou relevado a segundo plano, mesmo sendo o principal homenageado, cujo nome iria ficar para sempre gravado na praça principal.
Somente ao chegar no Sítio Baixio, onde Zé Careca passou um tempo foragido, é que um morador daquele distrito conhecido como Inaldo Alves de Siqueira, deu a biografia que Zé Careca imprimiu em São Vicente:

- "Ele era uma pessoa muito simples, muito inteligente e se dava bem com todo mundo."

- "Ele adorava jogar bilhar, pagava cachaça para quem não podia e gostava de andar de jumento. Aliás, de 15 em 15 dias ele fazia um churrasco de jumento no sítio, recorda José Hildo Pereira.

E deve ter sido por esses extraordinário serviço, prestado à comunidade de São Vicente, que o Prefeito Adelmo o escolheu. Fica uma pergunta que não quer calar:

Como pode um município -  que sempre teve um passado de glória, representado na memória viva, na memória dos que não morrem, porque ao passar por este mundo deixaram um rastro de realizações, favores, préstimos e, sobretudo, de honradez - batizar uma praça com o nome de alguém que não teve participação alguma na sua história?
Como pode trocar por Zé Careca, o nome Walfredo Paulino de Siqueira, que tanto trabalhou pelo engrandecimento do nosso município e da nossa região?
Compare o que publicaram sobre Walfredo, no dia do seu falecimento, com o depoimento de alguns filhos de São Vicente sobre Zé Careca: 


"Foi com profundo pesar e um imenso sentimento de perda, portanto, que o governador Moura Cavalcanti decretou luto oficial por três dias pela morte de Walfrêdo, determinando que, no seu sepultamento, em São José do Egito, ele recebesse as honras de chefe de Estado, já que assumira o Governo por 17 vezes, no impedimento do titular.
A cidade viveu um dia triste. Delegações e representantes dos municípios vizinhos, especialmente de Itapetim, Brejinho, Santa Terezinha, Imaculada, Tabira e Tuparetama foram render homenagem ao velho chefe político, responsável por inúmeras obras municipais ali realizadas, compreendendo escolas, postos de saúde, postos telefônicos, cadeias públicas etc.
Violeiros e cantadores que Walfrêdo tanto apreciava improvisaram na viola a saga do homem que, sem ter concluído o curso primário, chegou tão longe na vida pública, deixando gravada na memória do povo sua lenda e seu exemplo.A ARENA, partido que então integrava e que abrigava as antigas lideranças do PSD, prestou-lhe homenagem póstuma no II Encontro Regional, realizado em Garanhuns, nos dias 11 e 12 de janeiro de 1976.


Padrinho de batismo de centenas de afilhados, muitos deles, já homens feitos e prósperos na vida, estiveram presentes na última homenagem, exaltando-lhe a grandeza humana com que marcou sua vida na terra."


 (Pinçado de "O Algodão e o Sonho" de Ivanildo Sampaio") 


Em nome dos cidadãos da minha terra natal, em nome de Bernadete, minha irmã, sua afilhada de Batismo, eu quero pedir desculpas pelo o ultraje cometido à sua memória, pela passividade  do povo que o conheceu, pela ignorância da juventude que não chegou a conhecer a sua história, pelo prefeito que, embora conheça, preferiu escolher a figura inexpressiva de Zé Careca, como bode expiatório para uma consolidação de amizade com o réu, Zé Dirceu,  acusado pela Polícia Federal de ser o mentor do Mensalão.
Segundo eu soube, o prefeito contratou um bufet na Cidade de Afogados da Ingazeira, para receber o homem do mensalão com todas as pompas, oferecendo-lhe um jantar, que não tinha nada a ver com o menu do homenageado (Zé Careca), churrasco de jumento.


Hoje ao ler o Jornal do comércio, um grande jornal de pernambuco, eu tive a certeza absoluta de que aquele evento de inauguração da praça não passou de um pretexto para uma aproximação do prefeito com o réu do esquema do mensalão, haja vista não aparecer na reportagem uma foto sequer da praça inaugurada, nem do povo de São Vicente que estava presente.


Então eu me pergunto: Por que cargas d'água Zé Dirceu escolheu o nosso município para uma entrevista coletiva aos jornais e blogueiros do estado? Ele foi considerado pelo Jornal do Comércio como a grande estrela do evento, em asim sendo, teria sido mais prático entrevistá-lo aqui na capital, já que não se deram ao trabalho de se reportar ao evento em si, chegando ao cúmulo de não postaram nenhuma fotografia da praça inaugurada, nem tampouco do povo alí presente.

Só São Vicente, Padroeiro daquel distrito, poderá vir em nosso socorro, no sentido de preservarmos a história do nosso povo:



"Oh! Glorioso traumartugo São Vicente, eleito por Deus para avivar a fé nas almas, lenvantar até o céu os votos da esperança e inflamar nos corações o divino fogo da caridade! Já que com tanta fidelidade desde a terna infância cooperastes com a graça do Altíssimo, por cujo amor tantas almas convertestes e edificastes, sendo honra insigne do clero e do estado religioso, vos suplicamos nos alcanceis da Divina Majestade uma grande pureza de intenção, contínua vitória contra as tentações, grande afeição às coisas santas e um constante pensamento de que Deus está presente a  todas as minhas ações, para que, imitando-vos em vida, logre bendizer a Deus em vossa companhia na glória. Amém."
São Vicente Ferrer (pinçado do orkut de Bernardo Garapa)

Hino a São Vicente


Eu peço desculpas, também, a Maciel Melo, filho de seu Heleno de Louro, um cidadão de São Vicente, que, ao ver o filho partir para São Paulo em busca de realização artística, o aconselhou:
" Meu filho, nunca baixe a cabeça pra ninguém"


E eu espero do fundo do meu coração que esse grande poeta, que tanto nos orgulha pelo seu talento, jamais esqueça do pedido que lhe fizera seu velho pai, na hora em que se viu obrigado a deixar a sua casa em busca de realização.


Maciel inicia essa canção relebrando a música de Agnaldo Timóteo:

"Se algum dia a minha terra eu voltar, quero encontrar as memas coisas que deixei ..."

Não, não vai encontrar, Maciel. Você vai encontrar um tal de Zé Careca em praça pública, ao invés de encontrar, o nome de um cidadão da terra, como o de seu pai, por exemplo, emprestado àquele logradouro.
Teria sido uma festa memorável, nós estaríamos todos presentes para prestigiar o evento que consagraria a memória do seu honrado velho, passando para a posteridade uma história decente. 

Iríamos, com certeza, ouvir na sua bela voz: " Aí eu chorava com saudade dele, mamãe guardava pra ele, um sorriso, um beijo, uma flor ...



E o seu apelo: "Sou um caboclo sonhador, viu, não queira mudar meu verso ..."
Mas mudaram, Maciel,  nosso "verso" foi mudado, desde a hora em que o prefeito imiscuiu na história do nosso povo um elemento estranho às nossas raízes. Que pena!


Outro dia recebi de presente do meu amigo e conterrâneo, Bernardo Ferreira, este vídeo que muito me emocionou pela grandeza da letra de sua música.
Obrigada, meu amigo, é um presente maravilhoso, para nós filhos ausentes. Hoje é uma data memorável para todos nós que nascemos neste município. É memorável, porque nunca vamos esquecer que em São Vicente uma praça recebeu o nome de um tal Zé Careca, ultrajando a memória daqueles que fizeram a história de nossa terra. Estamos prestes a comemomorar, o centenário de Walfredo Paulino de Siqueira, o maior líder político da Região do Pajeú.
Ele foi um dos responsáveis pela dinâmica da economia agropecuária do distrito de São Vicente, por décadas a fio e, entre outros ilustres homens nascidos naquele distrito, também foi preterido para dar lugar ao nome de um forasteiro, terrorista que, pelo simples fato de ter se escondido naquela caatinga, hoje tem seu nome gravado com letras de sangue,  na placa daquela praça. Santo Deus!
Inconscientemente o povo corre atrás do novo e perde o endereço!