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segunda-feira, 14 de março de 2011

LÁ VEM O TREM


E foi assim que o "Trem da Vida" me trouxe mais um ilustre passageiro para para me contar de que forma ele  fêz parte da minha história de vida, nos tempos do meu saudoso pai, Antônio Piancó.



Grato pela atenção dispensada e a forma elegante como me recebeu na sua página. Isso é igual a se receber na própria casa. Se bem, a gente retorna. E por isso retornarei outras vezes aquí. Já salvei nos meus favoritos. Deus vos abencõe...
Bonito resgate in memória você elaborou de sua família. Visitar, ver a foto do seu pai, a máquina do tempo engatou uma marcha à ré a minha infância. E recordei-me do meu primeiro B-A-BA no grupo escolar do Mocambo que ele construiu, quando prefeito do Município.
Visitar sua página, me levou aos anos 70 vendendo goiabas na fábrica do seu pai. Você não tem fotos da fábrica? Quando visito a cidade, subo no portão e dou uma olhadinha! Não resisto! Bom gosto da escolha da música de abertura do seu Blog, tudo haver!
ALGODÃO, FIBRAS DO SISAL, GOIABAS. De tudo produzi um pouco, e seu pai me comprava todo produção. A Fábrica foi um grande marco precursor para o desenvolvimento de nossa cidade. TINHA A INDÚSTRIA E O COMERCIO COMO SEU FOCO PRINCIPAL.
(Usina da cultura) - A senhora tem nas mãos uma chave importantíssima para enriquecer os turistas que visitam nossa cidade nas juninas. "A chave que abre as portas da antiga Fábrica Dandão para visitação naqueles dias".
Não se trata apenas de uma antiga fábrica fechada. (Que muito colaborou com o progresso da nossa cidade). Aquilo é muito mais, aquilo tem história e muito valor cultural para a nossa memória . Já pensou na idéia?

Dias depois recebi este belo poema em homenagem a velha Fábica de Doces Dandão. que no passado pertenceu ao meu saudoso pai Antônio Piancó.


 


FIBRA, OURO BRANCO E DOCE MEL
 (Poema dedicado a essa , hoje, usina de cultura)

Três chaminés no meu sertão
Fumegavam sem parar
Sua fumaça solta pelo ar
Perdeu-se na imensidão
Era a Fábrica de Doce Dandão
Que a goiaba processava
E a polpa exportava
Para a Cidade de Pesqueira
Que fazia doce de primeira
Com a polpa que comprava

Antônio Piancó Sobrinho
Comandava a organização
Que na goiaba e algodão
Traçava os caminhos
Administrava com carinho
Fazia prosperar, crescer e empregar
Eram muitos funcionários
Que defendiam seus salários
Para as famílias sustentar

O carro de boi carregado
Conduzia riqueza no sertão
Sisal, goiabas e algodão
Faziam parte desse cenário
E Aquele empresário
Cheio do entendimento
Tinha no foco o crescimento
Da Itapetim que sonhava
Traçava planos, imaginava
A cidade em movimento
Hoje em vulto a solidão
Nas páginas da memória
Que contam a história
De bonança no Sertão
Na entrada do teu portão
O ferrolho já enguiçou
De tão velho enferrujou
E a caldeira não esquenta mais
Deixa saudades pra trás
De um passado que marcou...

Amiraldo Patriota - 16-09-2009
Descobri que Amiraldo tinha uma página no site da Rádio Sol de Itapetim. Passei a ser freqüentadora assídua, e por lá encontrei diversas homenagens aos filhos da terra, reconhecimento de feitos dos grandes homens que fizeram a história da nossa terra. Artigos importantes, de incentivo, de sugestões e de críticas no sentido de colaborar, como cidadão nascido naquelas terras.
Não sou de plágio, mas é melhor prevenir do que remediar, porque às vezes informações que nos dizem respeito estão na Internet e desaparecem - seja por motivos técnicos ou por vontade deliberada de quem pode apagar o que não lhe convém - em detrimento dos que apoiam a divulgação daquela matéria.

Se tivesse guardado a Página de Amiraldo nos meus arquivos pessoais, hoje, poderia enfatizá-los nesta postagem.
Um dos vários poemas deste poeta que mais me emociona é o que fala sobre a casa onde nasceu, talvez pela semelhança que ela guarda com o tipo de construção da casa da minha Avó Conceição, no Sítio Maniçobas, onde meu pai nasceu:

Sítio Mocambo- Casa onde nasceu Amiraldo Patriota

TRÊS DÉCADAS DE SAUDADES

Casinha pequenina
Paredes, portas e janelas
Minha mãe lá dentro dela
Três meninos e uma menina
Lá fora, a lua que ilumina
As noites escuras no terreiro
Lá dentro, a luz do candeeiro
Acendia o pavio no querosene
Iluminando aqueles quatro pequenos
Dormindo nas redes, junto ao celeiro.

Pastorávamos cabras e ovelhas
Criávamos cabeças de gado
Comíamos o leite coalhado
Adoçado com mel de abelhas
Um gato miava, na telha
O cachorro latia com medo e correndo
Do trovão, quando estava chovendo
Enquanto a família dormia
E acordávamos no canto da sinfonia
Dos pássaros, vendo o dia amanhecendo.

Caminhávamos para a roça
Com as borboletas nos guiando
E o orvalho caia molhando
Alagando a terra nossa
Uma junta de boi puxava a carroça
Pra em seguida, puxar o cultivador
Arando as terras do meu avô
Naquele Sertão Pernambucano
Passam-se anos e anos
E ficam as lembranças do que se passou.

Amiraldo Patriota
Retroagindo aos primórdios da Maniçobas, transformou em versos o seu encantamento e a sua emoção em fazer parte dessa viagem. Reportou-se ao velho tronco "Serafim e Joaquina Maria - meus bisavós - e chegou aos meus netinhos, ponta de rama das minhas origens.



O TREM DA VIDA
(Em cada vagão, uma história)


Lá vem O TREM DA VIDA
Carregando em seus vagões
Relíquias e gerações
Pelas estradas percorridas
De uma família nascida
E crescida num berço só
Pajeú e arredor
Continuando em Itapetim
Começando por Serafim
As RAÍZES dos Piancó.

No trem, Maria Joaquina e Serafim
Vem da estação Casa Grande
De onde a família se expande
Da Maniçobas para Itapetim
Tornou-se grande assim
Construíram aqui seus ninhos
Antonio Piancó Sobrinho
Heli, entre outros parentes
Multiplicando a semente
Até SEUS NETINHOS.

Cada vagão traz uma história
Da trajetória de seis gerações
De um passado de recordações
Acervo de tempos de outrora
E vai resgatando a memória
Pelos caminhos, o trem vai passando
E a cada estação, estacionando
E carregado de novos arquivos
Dos que partiram e dos que estão vivos
Você vai lendo e se emocionando.

Amiraldo Patriota.  
A emoção de receber os amigos neste "Trem da Vida" é indescritível. Aprender a pensar é muito importante, mas aprender a "sentir", aprender a alegrar-se pela conquista de amizades, é o que dá sentido as nossas vidas. E o tempo que dispensamos para cultivá-las jamais será perdido, porque amigos são irmãos que não precisam de laços sanguineos para se respeitarem. Amigos são como diz Fernando Brand em sua canção: "Amigo é coisa pra se guardar, do lado esquerdo do peito, junto do coração ..."


E é exatamente onde eu o guardo, poeta, para nunca perdê-lo. Muito obrigada pela sua amizade, por fazer essa "viagem" conosco, pelos poemas dedicados, pelos comentários expressivos às minhas postagens, pelos laços que nos unem, originários do meu passado. 

2 comentários:

Amiraldo Patriota disse...

Fico sem palavras e muito emocionado. Do barro que a Lusa foi gerada e edificada, já não se encontra tão fácil, a mesma fórmula. Mulher com sede de justiça, (Se vê nas suas postagens no Face), Mulher educada, (A cara do primeiro mundo que tanto admiro), Mulher sábia, ( A constatação da mulher da Bíblia Prov. 14:1). Falo com entendimento e não por filosofia e a Lusa sabe disso.

Lusa Vilar disse...

@Amiraldo Patriota
Obrigada, amigo Amiraldo, por suas palavras. Sei que não sou possuidora de tantos atributos, o que me move nesta vida é a felicidade de fazer amigos, na presença deles sinto-me completa. Grande abraço!