Hoje eu abri o blog do Magno e lá estava escrito:
"10/05/2011
Morre irmã de prefeito de Tuparetama
Morreu, hoje, no Hospital Santa Joana, no Recife, Regina Celi, viúva do desembargador Ed-Ek Gonçalves e irmã do prefeito de Tuparetama, Sávio Torres (PTB). O sepultamento será hoje, às 17h, no cemitério Parque das Flores.
Escrito por Magno Martins, às 13h25 "
Sempre pensamos que há tempo para tudo. E foi deixando para amanhã, o que eu podia ter feito antes, que hoje amargo o desgosto de não ter procurado a minha amiga Celi.
Eu sequer soube que ela havia adoecido.
Parece que a vida nos reserva essas surpresas para que possamos acreditar de uma vez por todos que a nossa vida terrena é efêmera, e que partir para a nossa casa definitiva, que é a Casa do PAI, é uma verdade inexorável da qual não podemos fugir.
A minha amizade com Celi remonta aos meus tempos de juventude. Até o ano 2000 tínhamos contato quase que cotidiano. Ed-Ek seu esposo, era sobrinho do Pe. João Leite, nosso velho pároco. Ed, foi também um grande e querido amigo.
Desembargador Dr.Ed-Ek Gonçalves Lopes (in memoriam)
Conheci seus filhos: Cecília e Eduardo, ainda crianças, lindas! Hoje, uma moça e um rapaz, mais bonitos ainda.
Cecília
Durante a campanha de Carlos, meu marido, para prefeito de Itapetim, Regina me telefonava quase todos os dias, ela me dizia que pedia a todos os amigos que residiam aqui em Recife, que votavam no interior, o voto para ele, porque tinha certeza de que Itapetim estaria em boas mãos.
Quando voltamos, após a campanha, amargando aquela derrota eleitoral, eu voltei ao trabalho e dediquei todas as minhas horas, exageradamente, somente ao trabalho.
Não tinha tempo para os amigos, para o lazer, para mais nada, era uma fuga, hoje eu sei que era.
E foi com esse comportamento que eu perdi a minha amiga Celi de vista. Passado alguns anos, eu resolvi fazer uma visita a ela. Sai de casa com meu coração aberto, pronta para lhe pedir desculpas pelas minhas faltas, mas ao chegar no seu apartamento ela não se encontrava. Pensei comigo mesma: voltarei depois.
Novamente o tempo passou e não voltei. Esta semana, eu conversara com meu marido sobre essa visita que devíamos a Regina Celi. Ficou acertado que, assim que terminasse o período de convalescença, de uma cirurgia que havia feito, nós iríamos visitá-la e pediríamos desculpas por esse afastamento absolutamente despropositado, voltaríamos a nossa velha convivência saudável.
Olha só o que a vida me aprontou! Regina se foi, nunca mais eu vou poder dizer o que tinha programado para esta visita planejada. Agora só me restam as lágrimas e a angústia de não mais poder vê-la, NUNCA MAIS!
Eu não vou poder dizer: Celi, eu gosto muito de você. Apenas vou poder transcrever este artigo de Pe. Fábio de Melo, para que sirva de lição, tanto para mim, quanto para alguém que por acaso esteja lendo essa postagem:,
E EU GOSTAVA TANTO DE VOCÊ!
(Pe. Fábio de Melo)
1.Eu acho que a gente vive tão mal, que às vezes a gente precisa perder as pessoas pra descobrir o valor que elas têm. Às vezes as pessoas precisam morrer pra gente saber a importância que elas tinham, e isso aconteceu uma vez na minha vida.Aos familiares, especialmente a Cecília e Dudu, seus filhos queridos, ao amigo Pedro Torres Tunu, nossa solidariedade e nosso pesar por tão grande perda.
2.Estava eu na minha casa, de manhã, quando recebi um telefonema dizendo que minha irmã estava morta. Minha irmã mais nova, cheia de vida... de repente não existe mais.
3.Fico pensando assim, que às vezes, na vida, o ensinamento mais doído seja esse: quando na vida nós já não temos mais a oportunidade de fazer alguma coisa, o inferno talvez seja isso - a impossibilidade de mudar alguma situação. E quando as pessoas morrem, já não há mais o que dizer, porque mortos não podem perdoar, mortos não podem sorrir, mortos não podem amar, nem tão pouco ouvir de nós que os amamos.
4.Eu me lembro que uma semana antes de minha irmã morrer, ela havia me ligado. Foi a última vez que eu falei com ela, e eu me recordo que naquele dia eu estava apressado, com muita coisa pra fazer, e fiz questão de desligar o telefone rápido. Sabe quando você fala, mas fala na correria, porque você tem muita coisa pra fazer? E foi assim... se eu soubesse que aquela seria a última oportunidade de ver minha irmã, de olhar nos olhos dela, de falar com ela, eu certamente teria esquecido toda a pressa, porque quando a vida é assim, e você sabe que é a ultima oportunidade, você não tem pressa pra mais nada. Já não há mais o que eu fazer, e essa é a beleza da última ceia de Jesus.
5.Não há pressa, o momento é feito para celebrar, a mística da última ceia está ali, Jesus reúne aqueles que pra ele tinha um valor especial, inclusive o traidor estava lá. E eu descobrir com isso, com a morte da minha irmã, que eu não tenho o direito de esperar amanhã pra dizer que amo, pra perdoar, para abraçar, dizer que é importante que é especial.
6.O amanhã eu não sei se existe, mas o agora eu sei que existe, e às vezes, na vida, nos perdemos... Eu me lembro quantas vezes na minha vida de irmão com ela, nós passávamos uma semana sem nos falarmos, porque houve uma briga, uma confusão. A gente se dava o luxo de passar uma semana sem se falar, e hoje eu não tenho mais nem 5 minutos pra conversar com alguém que foi importante, que foi parte de mim.
7.Não espere as pessoas morrerem, irem embora, não espere o definitivo bater na sua porta. Nós não conhecemos a vida e não sabemos o que virá amanhã. Viva como se fosse o último dia da sua história. Se hoje você tivesse que realizar a sua última ceia, porque é conhecedor que hoje é o último de sua vida, certamente você não teria tempo pra pressa. Você celebraria até o fim, e gostaria de ficar ao lado de quem você ama.
8.Viver o cristianismo é fazer a dinâmica da última ceia todos os dias. Viva como se fosse o último dia da sua vida; viva como se fosse a última oportunidade de amar quem você ama, de olhar nos olhos de quem pra você é especial.
9.E depois que minha irmã morreu, um tempo bem passado, eu descobrir porque eu gostava tanto dessa música que vou cantar agora. Ela não fala de um amor que foi embora; o compositor fez para a filha que morreu em um acidente; então, fica muito mais especial cantá-la e descobrir o cristianismo que está no meio das palavras, porque é assim, quando o outro vai embora é que a gente descobre o tamanho do espaço que ele ocupava.
10.Não sei por que você se foi, Quantas saudades eu senti, E de tristezas vou viver, E aquele adeus não pude dar...
11.Você marcou a minha vida Viveu, morreu Na minha história; Chego a ter medo do futuro E da solidão Que em minha porta bate...
12.E eu! Gostava tanto de você Gostava tanto de você...
13.Eu corro, fujo desta sombra Em sonho vejo este passado, E na parede do meu quarto Ainda está o seu retrato. Não quero ver pra não lembrar, Pensei até em me mudar... Lugar qualquer que não exista O pensamento em você...
14.E eu! Gostava tanto de você Gostava tanto de você...
15.Eu gostava tanto de você! Eu gostava tanto de você! Eu gostava tanto de você! Eu gostava tanto de você!
16.Agora o triste da música é que a gente precisa conjugar o verbo no passado, a pessoa já morreu, já não há mais o que fazer. Mas não tem nenhum sofrimento nessa vida que passe por nós sem deixar nenhum ensinamento...
17.Tem que nos ensinar, não dá pra sofrer em vão. Alguma coisa a gente tem que extrair...
18.Extraia o sofrimento e descubra o ensinamento. Se ele algum dia me tocou e me deixou algum ensinamento, eu faço questão de partilhá-lo com você agora. Depois da morte da minha irmã eu faço questão de viver a vida como se fosse o último dia.
19.Já que o passado é coisa do inferno, e a gente não está no passado, muito menos no inferno, resta a possibilidade de mudar o verbo, de trazê-lo para o presente e de cantá-lo olhando para as pessoas que são especiais. Quem sabe cantando pra ela nesse momento...
20.Se ela está ao seu lado, se você tem algum amigo que mereça ouvir isso de você, alguém que faz diferença na sua história...
21.Ao invés de você dizer que gostava, você diz que gosta!
22.Vamos mudar o verbo! Vamos amar a vida! Vamos amar as pessoas antes que elas vão embora!
23.E eu...
24.EU GOSTO TANTO DE VOCÊ! EU GOSTO TANTO DE VOCÊ!
Que Deus receba minha amiga Celi na eternidade com muita luz! Saudades eternas!
6 comentários:
Mensagem: Sou uma seguidora silenciosa,mas hoje não deu para segurar a emoção.Vendo o tamanho da sua sensibilidade,eu só posso comungar contigo,porque também sou sensível,beijos.
Severa Cabral (escritora)
Lusa, hoje, ao ler este post, chamei imediatamente Lêda, e tia Nissa para ver. A minha tia teceu vários comentários acerca do Dr. Ed. Ec. Ela o conheceu muito bem, ainda quando ele era apenas um estudante de direito, eram um jovem tímido, calado, mas que costumava conversar com ela e com dona Maria Sousa da Penha, me falou que o sonho dele era mesmo ser médico; que esteve presente no seu enterro (Dr. Ed Ec) juntamente com Cintía(Filha do Sr. Simão Leite) e Consinha(Filha de Pedro Chicó), e pode ver o sofrimento da viúva e dos filhos. Filhos estes que agora também perderam a mãe.
Lusa, admirável, os seus sentimentos e suas verdades aqui narradas, eu simplesmente tiro o chapéu.
E, meu aplauso, pela escolha do texto do Pe. Fábio de Melo: Belo e verdadeiro!
Eu, que o dia! Perdi uma irmã muito jovem, tive um câncer linfático e aprendi a valorizar o que realmente vale a pena.
Obrigada, minha querida prima, por dividir conosco sabedorias!
Enaide Alves.
A família, enlutada, nos pêsames.
Enaide, Lêda e Doralice.
Correção: O NOME DO DR. ED- EK que por três vezes eu coloquei com um C
e EU, QUE O DIGA!
Que Maria Mãe de Jesus lhe acolha nas suas CASAS DE MISERICÓRDIA NA PÁTRIA ESPIRITUAL.Muita Paz!
MENSAGEM ENVIADA PELO FORMULÁRIO DE MENSAGENS:
EMOCIONANTE O YOUTB EM LATIM, BEM COMO A MÚSICA QUE LIGASTES A TUA AMIGA REGINA CELI QUE COM CERTEZA LÁ NOS PARÂMETROS CELESTIAIS RECEBEU EM FORMA DE VIBRAÇÕES E EMANAÇÕES DE LUZ TODO ESTE BEM QUERER QUE SAIU DO TEU CORAÇÃO ATRAVÉS DAS ENERGIAS FLUENTES DE TEU SENSIVEL CORAÇÃO.
ABRAÇAO DE CARLINDA
Mensagem de Pollyana, sobrinha de Regina Celli (Filha de Pedro Tunu):
Lusa, Me emocionei muito com o seu Blog, falando da minha tão amada tia Celi. Lindo! Saí de Brasília onde moro com meu marido e duas filhinhas e pude dizer a tia Celi que eu a amava e o quanto ela era importante na minha vida... poder dizer isso me fez feliz e, como você, me fez repensar sobre as vezes em que deixei de dizer \"eu gosto tanto de você\" pra alguém. Que bom que eu tive tempo. Hoje o meu coração está cheio de saudades, mas estou feliz por ter podido me despedir. Beijos pra você. Pollyana (filha de Pedro Tôrres de Tuparetama)
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