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quinta-feira, 30 de junho de 2011

LILIA DO RECANTO - POR MARIA NUNES

Maria de Lourdes Nunes - Debaixo do Juazeiro - Sítio Recanto
Itapetim-Pernambuco

Luiz Gonzaga - Juazeiro

HISTÓRIA DE LILIA DO RECANTO
IRMÃ DE SERAFIM PIANCÓ - MEU BISAVÔ
(contada por Maria Nunes)


Maria de Lourdes Nunes

"Lusa,

Lilia chamava-se Maria Alexandrina dos Anjos, era viúva do seu primeiro casamento com José Inácio, e de Antônio Nunes Caju, meu tio bisavô, o qual foi o seu segundo esposo. 
Ela era tia legítima de Raimunda Piancó, Severina de Seu Pedro Vicente e de Seu Joaquim Piancó. Quem pode lembar bem é Odon Piancó, pois era nosso vizinho. Fomos cuidadores dela, ou seja, meu pai foi criado por eles, era afilhado dela. Meu pai havia  nos abandonado e ela e meu bizavô Antônio Caju, com dó de minha mãe que ficou com duas crianças, nos acolheram...

Doou-nos umas terrinhas, para mim e meu irmão, mamãe cuidava da casa grande dos trabalhadores. Quando meu bisavô Antônio faleceu ela pediu chorando que mamãe não tirasse dela seus filhinhos, que era eu e meu irmão. Quando eu tinha 12 anos e  meu irmão 15, veio o mais triste: Ela ficou sofrendo de esclerose múltipla e isso chegou aos ouvidos do Juíz de Direito, foi aí que o seu pai, Antônio Piancó Sobrinho, entercedeu em nosso favor, sendo asim ficamos como cuidadores dela e após dois anos acordamos com a casa cercada por todos que você conhece e, como a Lilia não sabia mais opinar, deu-se a separação mais triste que ja passei na vida.
Nós entregamos  Lilia à família, e daí a minha partida para São Paulo...
Destino, amiga, fomos amparados por seu pai, ele me adotou em silêncio, me ajudando sempre que eu precisava.

Seu pai  faz parte de minha historia. Amo vocês até o meu último suspiro!!!!! 
Beijos."

Maria de Lourdes Nunes - São Paulo


Sítio Recanto - Casa de Lilia



"Nesta casa, meus primeiros passos. A casa grande -  Sítio Recanto próximo aos Sítios: Arueiras, Maniçobas, etc. - Cuidamos da mãe Lilia esposa do meu bisavô Antônio Cajueiro que na falta do meu pai nos adotou, nos doou umas terrinhas, para mim e meu irmão, até o dia em que, por ter sido acometida de esclerose múltlipa, fomos obrigados a entregar ela para a  sobrinha dela,  Raimunda de Chico Costa.
Foi o dia mais triste da minha vida, o da separação da minha bisa a qual não sabia que estava mais no mundo.
Ela  nos chamava de meus filhinhos, a mim e ao meu irmão. Não tenho foto dela. 

-  Que pena mãe! você me deu a minha primeira máquina de costura, este foi o meu dom, e eu honrei o seu presente.
Maria de Lourdes Nunes - São Paulo"
03/02/2010"






De sua residência em São Paulo, não esquece sua gente e sua história de vida. Na minha concepção tem uma das maiores qualidades do ser humano: a gratidão. Seu orkut é um acervo de saudades, coleciona fotos do povo da sua terra com inigualável carinho. Quando passo por lá a emoção toma conta de mim, é maravilhoso poder ver o sentimento fraterno que ela revela pelo seu povo e pela sua família.

Maria de Lourdes Nunes é gente que faz parte da história dos meus antepassados, ela hoje mora em São Paulo, mas tem um lugar especial no meu coração.
Obrigada, Maria, voltarei a postar a história de Lilia do Recanto, a irmã do meu Bisavô Serafim, lá no "Raízes" pelo fato dela representar um dos troncos das minhas origens.

sábado, 11 de junho de 2011

DO CÉREBRO PARA O CORAÇÃO

Edivânia Maria B. Vilarim
(Imagem pinçada do site Itapetim. Net)



Essa moça se chama Edivânia Maria Vilarim. Ela é neta de um casal que no passado foi amigo e compadres dos meus pais.

Seu Hermínio e Dona Maria (in memoriam), nunca foram ricos, mas como pobres criararm a família com dignidade. Após o falecimento deles o infortúnio bateu à porta da família.
Já completei 40 anos que resido fora da minha cidade natal, mas não me escapa nenhum detalhe da convivência que tive, na infância e na adolescência, com meus conterrâneos.

Entre tantas lembranças: As galinhas gordas, acompanhadas de arroz de festa e pamonha que Dona Maria nos oferecia, em almoços preparados no capricho. Uma de suas filhas, a mãe da nossa estrela de hoje, tem o apelido de "Menininha". Menininha de seu Hermínio, assim a chamamos.

Menininha foi colega de curso primário de Bernadete, minha irmã mais velha.
Depois que os pais da nossa amiga faleceram, a pobreza parece ter se apoderado da família de forma impiedosa.
Desafortunadamente Menininha perdeu a visão, ficou cega. Seus filhos padecem da falta da assistência que ela nunca mais pode lhes dar.

Val, que é um dos irmão de Edivânia, nos surprende com a capacidade de guardar na memória as placas dos carros da cidade e daqueles que nos vistam. Já contabiliza na memória 5.000 placas de automóveis que passam, ou passaram, pela cidade de Itapetim, minha terra natal.

Sempre que visito minha terra, me encontro com Edivânia. A última vez que nos vimos foi no restaurante de Jonatas, no Sítio Mocambo.

Esse lugar funciona como uma espécie de turismo rural,  música ao vivo com sanfoneiros,  banho de bica, e um excelente cardápio regional: Galinha de capoeira, arroz de festa, batata doce e gerimum.

Nesse dia estava com meus filhos e minhas netas. Jonatas, o dono do restaurante, nos ofereceu uma das melhores de suas mesas, debaixo de árvores que nos protegiam do sol abrasador do nosso sertão.
Edivânia veio me  cumprimentar, e repetiu o que sempre diz quando me vê:

-A senhora é muito linda, parece aquela artista da Globo xxxxxx". Não vou dizer o nome da artista para evitar que alguém pense que Edivânia está perturbada.

 -Toda as noites, na hora da novela, eu só me lembro da senhora, quando ela aparece.

 Hoje, ao visitar o VENEZAPEDRASOLTAS , me deparo com a seguinte postagem:

 "A habilidade de saber a quantidade de letras existentes em frases completas"
Fiquei perplexa. Isso não é coisa para cérebros comuns, pensei.

Enquanto eu conversava com Edivânia, sentindo-me a sua estrela preferida, jamais pude imaginar que ela é que poderia virar uma estrela de verdade, na mídia.
Hei de descobrir como levá-la ao Faustão, ao Jô Soares, ao Luciano Huck ...

Que fenômeno é esse? Quem poderia me explicar? Quem se habilita a me ajudar? Cientificamente, onde encontrar resposta? Dom? Espiritismo? Ciência?

Ah! Edivânia, você não perde por esperar. Na próxima vez que eu estiver por aí, é você que vai fazer o Show, porque a estrela é você, e eu quero aplaudí-la.

Eu irei à sua casa, pode esperar. Beijos, menina, saiba usar o que de Deus recebeu, talvez seja uma forma que Ele encontrou de suprir um pouco as suas necessidades.

Creiam-me, a história de Edivânia - gravada por Bernardo Ferreira e publicada por Enaide Alves - é algo que vem do cérebro que eu vou guardar no meu coração.