Ao abrir meu e-mail encontrei uma mensagem que me deixou emocionada. Voltei ao passado e revivi dias da minha infância e adolescência. Revivi imagens que ficaram gravadas bem no fundo meu coração.Revivi o meu antigo lar nos tempos da minha saudosa mãe.
Cenas pitorescas oriundas da espirituosidade da minha mãe me saltaram aos olhos. Relembrei, com todos os detalhes, a presença amiga, saudável e alegre das filhas de comadre Hosana, a nossa vizinha, à época em que faziam da minha casa uma verdadeira extensão da casa delas.
Eis a mensagem:
Lusa, todos os dias lembro da DONA RITA e francamente, é muito bom relembrá-la e lembrar de todos vocês, onde aprendi que a vida pode ser melhor, observando pessoas maravilhosas como ela e todos que me motivaram a estudar e lutar por dias melhores (acreditar em mim). Sou muito grata a LETA E HERÁCLIO, pois, com o incentivo deles,voltei para o colégio.
Sabe, lembro de uma saia azul, com botões dourados, que você fez para mim. Nossa!!! que alegria senti ao receber de suas mãos...
Sinto muitas saudades da DONA RITA, nós realmente tínhamos muita afinidades e acredito que,
O QUE É LIGADO NA TERRA,TAMBÉM É LIGADO NOS CÉUS. Portanto, nós iremos nos encontrar...
OBS: VOCÊ CONTINUA SENDO UMA PRINCESA...
VISITAR O SEU BLOG É COMO IR À CASA DE SEUS PÁIS, DA VOSINHA, DO BENZINHO, DA DOLORES, ENFIM, PODER REVER E SENTIR A SENSAÇAO DE QUE CONTINUA TUDO IGUAL ... OBRIGADA ...
BEIJOS NA SUA FAMÍLIA LINDA.
A irmandade em que vivíamos marcou nossas vidas para sempre. Eu já disse a India, essa moça linda de sorriso franco que aparece nesta foto acima, que a presença dela, hoje, no meu orkut é uma lembrança viva da minha saudosa mãe.
Minha mãe devotou a essas "Meninas de Comadre Hosana" um amor de mãe, foi amiga, protetora e as acompanhava em todos os momento da vida. Afligia-se quando se sentia incapaz de resolver qualquer carência que lhes pudesse causar tristeza ou infelicidade.
Certa vez, eu já estava casada e morando em Recife, minha mãe me telefonou perguntando se podia trazer India para conhecer o Recife. E trouxe. A alegria de ver Índia tomando banho na praia de Boa Viagem não cabia no seu coração! Ela ficou radiante.
Se hoje ela ainda estivesse conosco, vendo essa menina que ela tanto amou, casada, feliz ao lado do seu amado, dos seus filhos e dos seus netos, com certeza, viveria momentos de muita paz e alegria.
As meninas de Comadre Hosana, Lourdinha, que hoje é casada com um parente nosso (Jacinto de Vital), Aurita, Dalila, sem deixar de fora os meninos, Sansão e Toba, são preciosidades que moram para sempre em nossos corações, porque são raízes fincadas e mantidas pelo amor que nos uniu desde a infância.
Nada poderá apagar a nossa história, cuja trama se passou neste palco da vida, nessas duas casas construídas lado a lado, com vistas para essa maravilhosa Igreja onde fizemos a nossa primeira Eucaristia.
Apesar de estarmos tão longe, geograficamente, essa paisagem continuará dentro dos nossos corações!
Quando vou à Itapetim, olho para a calçada da sua casa na esperança de rever a meninada de Comadre Hosana. Mas, inflizmente, vejo apenas seu velho pai, sentado, fitando o horizonte, como se estivesse procurando os" velhos tempos, velhos dias!"
Da lembrança de vocês, por sorte, ainda tenho a presença do seu irmão, Sansão, cuja alegria em nos receber ameniza a falta que sentimos dos outros que já não mais residem na sua casa.
Lourdinha e Aurita, suas irmãs, talvez por serem mais velhas, tiveram mais vivência comigo. Não esqueço daquelas carreiras que dávamos, munidas de panos brancos, para derrubar as tanajuras que vinham em bandos anunciando que iria chover. Nós corríamos agitando os panos e dizendo aquele refrão: Cai, cai tanajura que teu pai tem gordura!
Íamos derrubando-as e enchendo uma panela. Depois nós tínhamos que separar o bubum delas do corpo e, quando essa operação terminava, levávamos para comadre Hosana colocar manteiga e torrar.
Íamos derrubando-as e enchendo uma panela. Depois nós tínhamos que separar o bubum delas do corpo e, quando essa operação terminava, levávamos para comadre Hosana colocar manteiga e torrar.
Quando nós chegávamos em casa, minha mãe, braba como ela só, dizia: " Se eu souber que vocês comeram essa porcaria eu não deixo mais ir correr atrás das tanajuras." Quantas vezes comi escondido dela! Ah! se ela me pega!
Nem das brigas ferrenhas, em época de política, dá para esquecer! Eu e Lourdinha só faltávamos nos pegar. Em 1958, com apenas 9 anos de idade, já havia herdado do meu pai a veia política que sempre teve. A chapa majoritária para o governo de Pernambuco apresentava dois candidatos: Jarbas Maranhão e Cid Sampaio. Nós apoiávamos Jarbas e na casa das meninas de comadre Hosana o candidato era Cid Sampaio, o qual se elegeu governador. Muitas vezes minha mãe teve que me tirar da calçada da nossa casa, porque eu e Lourdinha estávamos endoidecidas em defesa dos nossos candidatos. Coisas de criança! Saudades...
Nem das brigas ferrenhas, em época de política, dá para esquecer! Eu e Lourdinha só faltávamos nos pegar. Em 1958, com apenas 9 anos de idade, já havia herdado do meu pai a veia política que sempre teve. A chapa majoritária para o governo de Pernambuco apresentava dois candidatos: Jarbas Maranhão e Cid Sampaio. Nós apoiávamos Jarbas e na casa das meninas de comadre Hosana o candidato era Cid Sampaio, o qual se elegeu governador. Muitas vezes minha mãe teve que me tirar da calçada da nossa casa, porque eu e Lourdinha estávamos endoidecidas em defesa dos nossos candidatos. Coisas de criança! Saudades...
India, neste meu TREM DA VIDA, cada vez que um velho amigo visita o nosso vagão eu me certifico de que essa música de Roberto Carlos fala por mim.
Realmente: TEM COISAS QUE A GENTE NÃO TIRA DO CORAÇÃO!